Category Archives: Ex-jogadores

Com mortes de Beckenbauer e Zagallo, só um campeão mundial como jogador e treinador está vivo
   10 de janeiro de 2024   │     12:00  │  0

 

Zagallo e Beckenbauer antes de Brasil x Alemanha em 1986 — Foto: Eilmes/picture alliance via Getty Images

Zagallo e Beckenbauer antes de Brasil x Alemanha em 1986 — (Foto: Eilmes/picture alliance via Getty Images)

Francês Didier Deschamps completa o trio de ícones que conquistaram a Copa do Mundo dentro e fora de campo.

Após a morte de Mário Jorge Lobo Zagallo, o futebol mundial lamenta a perda de outra lenda do esporte: o alemão Franz Beckenbauer. Os dois foram os primeiros campeões mundiais como jogador e treinador. Além deles, apenas o francês Didier Deschamps alcançou esse privilégio, como jogador em 1998 e treinador em 2018.

Zagallo, o único esportista presente em quatro conquistas de Copa do Mundo, foi o primeiro a fazer a dobradinha. Bicampeão em 1958 e 1962 em campo, liderou o Brasil rumo ao tricampeonato como treinador da Seleção em 1970. Depois, chegou ao tetra como coordenador em 1994, trabalhando junto com o técnico Carlos Alberto Parreira.

Beckenbauer, o maior ídolo da história do futebol alemão, foi campeão mundial como jogador em 1974, com um privilégio extra: ergueu a taça como capitão da Alemanha. Em 1990, levou novamente o país ao título como treinador, igualando-se a Zagallo.

Assim como Beckenbauer, o ex-volante francês Didier Deschamps também teve a honra de ser o capitão da sua seleção na conquista da Copa de 1998, vencendo na final justamente o Brasil dirigido por Zagallo. Vinte anos depois, Deschamps foi o técnico da França campeã na Copa da Rússia-2018. Ano passado, o treinador bateu na trave, perdendo a final do Mundial para a Argentina.

Em declaração à imprensa francesa, Deschamps destacou o feito raro que os três alcançaram e lamentou a morte dos ídolos brasileiro e alemão.

– É com imensa tristeza que tomei conhecimento da morte de Franz Beckenbauer. Sua partida ocorre poucos dias depois do de Mario Zagallo. Foi uma grande honra para mim juntar-me a ambos em 2018 entre aqueles que venceram a Copa do Mundo como jogador e depois como treinador. A minha dor é igual à felicidade que tive ao ser convidado para à mesa destes dois gigantes do futebol internacional – afirmou o francês Didier Deschamps, (foto abaixo).

Didier Deschamps está no comando da seleção francesa desde 2022
Didier Deschamps- (Foto: iG São Paulo)

 

Arivaldo Maia com Redação do ge — Berlim

 

Cafu pede que Campeonato Brasileiro seja batizado em homenagem ao Zagallo
   9 de janeiro de 2024   │     3:00  │  0

Cafu pede que Campeonato Brasileira seja batizado de 'Brasileirão Zagallo'Cafu pede que Campeonato Brasileira seja batizado de ‘Brasileirão Zagallo’ — (Foto: Davi Ferreira)

Tetracampeão pediu para que aconteça igual a competição de 2023, que homenageou Pelé.

O ex-lateral Cafu, campeão da Copa do Mundo de 1994 ao lado de Zagallo, foi mais um tetracampeão presente no velório do Velho Lobo. O defensor, inclusive, pediu para que o Campeonato Brasileiro seja batizado em homenagem ao Velho Lobo, assim como aconteceu com Pelé na última competiçã, que foi chamada de “Brasileirão Rei”.

— Primeiro, é fazer um campeonato com o nome do Zagallo. Eu acho que tinha que ter, como tivemos o campeonato “Rei”, talvez o “Campeonato 13”. Uma pessoa que brilhou, que fez tanto quanto os outros jogadores fizeram. Eu acho que isso (batizar o campeonato) é uma maneira de você eternizar aquilo que o Zagallo fez para a seleção brasileira, eternizar a seleção brasileira mundialmente — disse Cafu.

Cafu, no entanto, afirmou que todas as homenagens que forem feitas ao Velho Lobo serão poucas perante a grandeza e a representatividade de Zagallo no futebol mundial. O ex-defensor também destacou o convívio com o ex-treinador.

— Falei ontem, falei hoje e vou falar pelo resto da minha vida, todas as homenagens que fizermos para o Zagallo, quem teve a oportunidade, como eu, de conviver com o professor Zagallo sabe do que eu estou falando. Temos o Zagallo como pai, amigo, uma pessoa que nos dava conselho e uma pessoa que tem uma história pra contar no futebol — completou.

Assim como Bebeto, que também estava entre os convocados do Mundial de 1994, Cafu afirmou que perdeu um pai com a morte de Zagallo. “Nós não perdemos só um treinador, perdemos um amigo, um irmão e eu perdi um pai”, disse o lateral ao Seleção Sportv, após a morte do Velho Lobo.

Além de Cafu e Bebeto, Jorginho, Gilmar e Carlos Alberto Parreira, que também estiveram presentes na campanha do tetra, estiveram no velório do Velho Lobo, que aconteceu na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para homenagear o ídolo do futebol brasileiro.

Arivaldo Maia com Davi Ferreira – Redação do EXTRA – Rio de Janeiro

Alagoano Zagallo, o conquistador das Copas do Mundo
   7 de janeiro de 2024   │     12:00  │  0

Zagallo era o último titular vivo do time campeão mundial de 58 – (Foto: Barratts/PA Images via Getty Images)

Ninguém ganhou mais Copas do Mundo do que o alagoano Mário Jorge Lobo Zagallo, falecido na última sexta-feira (5) no Rio de Janeiro aos 92 anos: a lendária estrela brasileira foi o primeiro a vencer a maior competição do futebol como jogador e treinador.

O ‘Velho Lobo’ teve papel fundamental em quatro dos cinco títulos mundiais da Seleção. Em campo, onde atuou como ponta-esquerda, foi campeão em 1958 (Suécia) e 1962 (Chile), ao lado de Pelé e Garrincha.

Como técnico, comandou aquela que para muitos é a melhor seleção da história, que além do ‘Rei’ tinha Jairzinho, Tostão, Gérson e Rivellino, que conquistou o tri em 1970 (México). “Muito do que aconteceu na minha vida e com a Seleção é uma dívida que tenho com você”, disse Pelé, que faleceu em dezembro de 2022 aos 82 anos, em um documentário da Fifa.

No quarto título do Brasil, em 1994 (Estados Unidos), foi coordenador técnico compondo a comissão de Carlos Alberto Parreira.

– Obsessão pela ‘Amarelinha’ –

Nascido em 9 de agosto de 1931 em uma família de origem ítalo-libanesa em Atalaia/AL, Zagallo começou sua carreira no futebol no América do Rio de Janeiro, em 1948.

Como milhares de brasileiros, chorou na final da Copa de 1950, na derrota do Brasil para o Uruguai, o famoso ‘Maracanaço’. Na ocasião, era um soldado designado para fazer a segurança do Maracanã.

Depois, defendeu Flamengo e Botafogo, onde se aposentou. No Estádio Olímpico Nilton Santos, casa do alvinegro, uma estátua rende homenagem ao ‘Velho Lobo’.

Foi convocado pela primeira vez para a Seleção pouco antes do Mundial de 1958 e, pela sua polivalência, ganhou espaço na equipe dirigida por Vicente Feola.

“Minha paixão pela Seleção começou quando não tinha jogadores nem treinador. O amarelo nunca saía da minha cabeça”, afirmou Zagallo.

Na final na Suécia, marcou o quarto gol e deu o passe para Pelé fazer o quinto na vitória por 5 a 2 sobre os anfitriões.

No Chile, quatro anos depois, e com o ‘Rei’ machucado desde o segundo jogo, assumiu o protagonismo ao lado de Garrincha, Didi e Vavá para chegar ao bicampeonato.

Em 1966, quando pendurou as chuteiras, começou sua carreira como treinador no Botafogo. Embora tenha conquistado títulos por clubes, foi no comando da Seleção que se tornou imortal.

– Fez o “impossível” –

Sua primeira mostra de personalidade foi quando calou os críticos que acreditavam que a Seleção não poderia jogar com tantos craques como titulares.

Usando o esquema 4-3-3, Zagallo escalou cinco camisas ’10’ no time: Pelé, Tostão, Rivellino, Gérson e Jairzinho.

“Disseram que seria impossível fazer com que todos se encaixassem em tão pouto tempo, mas ganhamos o Mundial”, afirmou.

Em 21 de junho de 1970, o Brasil goleou a Itália na final por 4 a 1 e Zagallo se tornou o primeiro jogador e treinador a ganhar a Copa. Depois dele, só a lenda alemã Franz Beckenbauer (1974 e 1990) e o francês Didier Deschamps (1998 e 2018) conseguiram igualar o feito.

Como técnico, também classificou a seleção dos Emirados Árabes Unidos pela primeira e única vez à Copa do Mundo, em 1990, embora tenha sido demitido antes do torneio por reclamar de bônus não pagos.

Voltou a treinar o Brasil para a Copa do Mundo de 1998, mas perdeu a final por 3 a 0 para a França.

“Tive muitos treinadores importantes, mas, sem dúvida, o maior de todos foi o Zagallo”, disse Ronaldo ‘Fenômeno’.

Muito supersticioso, o ‘Velho Lobo’ acreditava que o número 13, por ser o dia de Santo Antônio (13 de junho), dava sorte: se casou com sua esposa em um 13 de junho e na conquista do tetra escrevia frases com 13 letras em um blog.

Encerrou sua carreira esportiva como coordenador técnico da Seleção na Copa de 2006, na Alemanha, onde o Brasil caiu para a França nas quartas de final (1 a 0).

Desde então, teve aparições públicas esporádicas.

Assessorado por seus familiares, nos últimos anos compartilhava seu dia a dia e prestava homenagens em seu perfil no Instagram, onde se apresenta como “eternamente apaixonado pela Amarelinha”.

Arivaldo Maia e Redação do ESTADÃO CONTEÚDO

Com morte de Zagallo, Dino Sani se torna o mais velho campeão do mundo vivo; lista
     │     9:00  │  0

Dino Sani se torna o mais velho campeão do mundo vivoDino Sani se torna o mais velho campeão do mundo vivo — (Foto: Arquivo / Agência O Globo)

Outros cinco ex-jogadores brasileiros aparecem entre os mais velhos campeões da Copa.

Com a morte de Zagallo, último titular da final da Copa de 1958 a dizer adeus, o posto de mais velho campeão do mundo vivo foi passado para um outro ex-jogador: o brasileiro Dino Sani, de 91 anos. O ex-volante foi companheiro do Velho Lobo no título Mundial de 1958, na Suécia, embora não fizesse parte do time titular.

Segundo o levantamento feito pelo Torcedores.com, outros cinco ex-jogadores brasileiros aparecem entre os campeões do mundo mais velhos vivos. Três venceram o Mundial de 1958

— Pepe, Moacyr e Mazzola —, um foi campeão de 1962 — foi o caso de Amarildo — e um conquistou o título em 1970 — Brito.

Além dos brasileiros, dois jogadores da Inglaterra, presentes na conquista de 1966, também estão vivos. George Eastman e Terry Paine, que integraram aquela equipe que derrotou a Alemanha na final, são os jogadores na lista dos campeões do mundo mais velhos vivos integraram aquela equipe que derrotou a Alemanha na final.
Os campeões do mundo mais velhos vivos:

Dino Sani (Brasil) – 91 anos
Pepe (Brasil) – 88 anos
Moacyr (Brasil) – 87 anos
George Eastman (Inglaterra) – 87 anos
Mazzola (Brasil) – 85 anos
Terry Paine (Inglaterra) – 84 anos
Amarildo (Brasil) – 84 anos
Brito (Brasil) – 84 anos

Arivaldo Maia com Redação do EXTRA

Morre Zagallo, uma das lendas do futebol brasileiro
   6 de janeiro de 2024   │     1:00  │  0

Zagallo em foto de dezembro de 2013 — Foto: Marcello Zambrana/Estadão Conteúdo/Arquivo

Alagoano de Atalaia, Zagallo em foto de dezembro de 2013 — (Foto: Marcello Zambrana/Estadão Conteúdo/Arquivo)

Único tetracampeão mundial de futebol, o alagoano Zagallo tinha 92 anos..

A lenda Mário Jorge Lobo Zagallo, o único tetracampeão mundial de futebol, morreu no Rio de Janeiro, aos 92 anos, nesta sexta-feira (5). A informação foi confirmada pela assessoria do ex-jogador. Zagallo é uma das maiores lendas do futebol.

Até a última atualização desta reportagem a causa da morte não havia sido divulgada.

Veja a seguir a nota de pesar publicada nas redes sociais do ex-jogador:

“É com enorme pesar que informamos o falecimento de nosso eterno tetracampeão mundial Mario Jorge Lobo Zagallo.

Um pai devotado, avô amoroso, sogro carinhoso, amigo fiel, profissional vitorioso e um grande ser humano. Ídolo gigante. Um patriota que nos deixa um legado de grandes conquistas.

Agradecemos a Deus pelo tempo que pudemos conviver com você e pedimos ao Pai que encontremos conforto nas boas lembranças e no grande exemplo que você nos deixa.”
Carreira

Zagallo nasceu em Atalaia (AL) e foi para o Rio de Janeiro logo aos 8 meses de vida. Foi morar na Tijuca, bairro da Zona Norte com o qual desenvolveu uma relação próxima durante toda a vida.

Das peladas no Maracanã – antes mesmo da inauguração do estádio –, Zagallo passou pelas categorias de base do América, que tinha sede na Tijuca, antes de ir para o Flamengo.

Aos 18 anos, foi convocado para servir o Exército e deu início à sua relação com copas do mundo. Começou com um revés. Fez a segurança das arquibancadas do Maracanã na derrota do Brasil para o Uruguai na final da Copa de 1950. Foi testemunha, portanto, do fatídico Maracanazzo.

Tornou-se profissional como ponta-esquerda e foi tricampeão carioca pelo Flamengo, de 1953 a 1955.

Em 1958, conquistou junto com a seleção brasileira a primeira Copa do Mundo da história do país, com direito a gol na final contra a Suécia (5 a 2). Era apelidado de Formiguinha, por correr muito e ajudar na marcação do meio-campo – algo raro para atacantes à época.

Quatro anos depois, já como atleta campeão pelo Botafogo, foi bicampeão mundial com a seleção como jogador na Copa da 62.

Em 1964, se aposenta como jogador e começa a carreira de treinador, começando pelo Botafogo.

Meses antes da Copa de 70, assume a seleção no lugar de João Saldanha. Acabou comandando Pelé e companhia para o tricampeonato mundial. Para muitos, foi a melhor seleção de todos os tempos.

O tetra veio em 1994. Como coordenador técnico de Carlos Alberto Parreira, Zagallo participou da campanha na Copa dos Estados Unidos.

Por pouco, não foi penta: como técnico da seleção, chegou à final da Copa de 1998, mas a equipe foi derrotada pela França de Zidane.

O visual do Zagallo treinador de 1998, aliás, foi o escolhido para a homenagem no Museu da Seleção, na sede da CBF, no Rio. No ano passado, o Velho Lobo foi conferir – e aprovou – seu boneco de cera.

Arivaldo Maia com Wesley Bischoff, g1