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Gigante esquecido: estádio de título brasileiro e segundo maior do interior de SP enfrenta o abandono
   5 de março de 2024   │     1:00  │  0

Estádio Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto — Foto: Reprodução/TV TEM

Estádio Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto — (Foto: Reprodução/TV TEM)

AMÉRICA F. C. de São José do Rio Preto – Fundado em 28 de Janeiro de 1946

O ge esteve no Teixeirão, em Rio Preto, e constatou pichações e descuido com o palco do título brasileiro do Santos em 2004, de clássicos paulistas e até de jogo da Seleção.

As pichações que estampam a fachada do Teixeirão são o cartão de visitas de um estádio castigado pelo tempo e abandono daqueles que deveriam ser os responsáveis pelos cuidados com um palco lendário que hoje vive apenas de passado.

As histórias vividas no estádio Benedito Teixeira, em São José do Rio Preto, nunca serão apagadas e sempre estarão vivas na memória de milhares de torcedores que viram a seleção brasileira, um título brasileiro do Santos, e os gigantes de São Paulo que fizeram do local sua segunda casa e, lá, disputaram clássicos marcantes.

E claro: o América-SP, que é o dono do estádio, mas, assim como o Teixeirão, está no fundo do poço e muito distante dos dias de glórias.

Além de tantas histórias, o estádio chama a atenção por sua imponência: com capacidade para cerca de 35 mil pessoas, é o segundo maior do interior do estado, ficando atrás apenas do Prudentão, em Presidente Prudente.

O ge foi ao Teixeirão e constatou o descuido com um patrimônio da cidade, do estado e do futebol brasileiro.

A decadência de um gigante

Logo no primeiro contato visual com o estádio, os sinais são chocantes. Além do festival de pichações, as paredes da fachada e de dentro estão descascando por completo.

Guardiãs do estádio, as pombas observam do alto os fios soltos e até ferros expostos em um perigo claro a quem está por perto.

Pombas são as guardiãs do estádio Teixeirão — Foto: Arcílio Neto

Pombas são as guardiãs do estádio Teixeirão — (Foto: Arcílio Neto)

Os corrimãos que foram planejados para levar aos camarotes estão completamente enferrujados, denunciando os anos de abandono.

Ao olhar para o gramado, é possível ver uma ruína em forma de trave. Um gol com traves desgastadas e enferrujadas é mais uma prova do efeito do tempo.

Os banheiros, por sua vez, estão em cenário caótico. Até a sala de troféus do América está com o vidro da janela quebrada.

O Teixeirão é vítima não só do abandono, como até de disputas judiciais. Desde 2015, por conta das dívidas do América, a Justiça determinou o leilão do estádio para amortizar as dívidas administrativas do clube proprietário.

Há nove anos, foi avaliado em R$ 35 milhões, com o lance inicial estipulado em R$ 21 milhões do terreno de 3 mil m². Porém, não houve interessados tanto em 2015, quanto em 2019 em uma terceira tentativa de leilão por determinação da Justiça do Trabalho.

O momento ruim do América reflete também na baixa ocupação do Teixeirão, que recebeu apenas 30% da sua capacidade total nos últimos 11 anos. Neste período, o Rubro disputou a quarta divisão do Campeonato Paulista em dez temporadas.

Desde 2014, o estádio recebeu 79 jogos, uma média de oito partidas por ano, ilustrando o calendário breve, que se tornou rotina para o América.

Em 2018, o ge esteve no Teixeirão e mostrou a sujeira nas arquibancadas e nos banheiros. Além das bilheterias, que chegaram até a virar “casa” para zelador. Na época, o chargista Clayton Esteves retratou o abandono do local.

Teixeirão, um museu a céu aberto

O Teixeirão recém completou 28 anos de sua inauguração, que foi no dia 10 de fevereiro de 1996. O estádio foi entregue não acabado, pois ainda faltava a conclusão dos camarotes, que nunca ficaram prontos.

O palco histórico recebeu 47 jogos de Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. Logo em seu ano de inauguração, quase 40 mil pessoas presenciaram uma partida da seleção brasileira, que era a atual tetracampeã mundial.

Em um amistoso contra Gana, a Seleção treinada por Zagallo venceu por 8 a 2 com gols de Marques (2), Rivaldo, Luizão, Alexandre Lopes, Zé Maria, André Luiz e Sávio. A Amarelinha tinha ainda nomes como Dida, Aldair, Juninho Paulista, Amaral, Jamelli e Flávio Conceição.

O Teixeirão também testemunhou outro grande momento: o último título brasileiro do Santos, em 2004. Na 46ª rodada do Brasileirão, o Peixe conquistou a taça ao vencer o Vasco por 2 a 1, com gols de Ricardinho e Elano.

As ruínas do América

O América-SP tem até hoje o recorde de edições seguidas da elite do Campeonato Paulista. O Rubro foi figurinha carimbada edição após edição do Paulistão entre 1964 e 1997. Foram 44 participações na primeira divisão, sendo a última vez em 2007. A partir disso, a queda é vertiginosa: desde 2015 está na quarta divisão.

O abandono do Teixeirão aconteceu em consonância com a derrocada do América, após sucessivas más administrações. Considerado por muitos como o maior responsável por deixar o Rubro em frangalhos, Luiz Donizette Prieto, o Italiano, foi presidente do clube em quase todos os últimos momentos da década anterior.

Até a Justiça citou uma tentativa de Italiano de se “perpetuar no poder”, quando afastou o dirigente da presidência por irregularidades no processo de eleição.

Atualmente, o América-SP tem uma dívida estimada de mais de R$ 30 milhões. Em dezembro de 2023, teve a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) vendida por apenas R$ 1 milhão.

Após o afastamento de Italiano da presidência, em janeiro deste ano, a Justiça nomeou Samir Felício Barcha, sócio vitalício do América, para o cargo de administrador provisório do clube. Ele foi indicado para a função pelo autor da ação, Marcos Cezar Vilela.

O ge entrevistou o interventor que descreveu a situação de calamidade vivida pelo América-SP, em meio aos mais de 100 processos trabalhistas e as contas bloqueadas.

Samir Barcha, interventor do América-SP, em entrevista à TV TEM — Foto: Reprodução/TV TEM

Samir Barcha, interventor do América-SP, em entrevista à TV TEM — (Foto: Reprodução/TV TEM)

– Eu como interventor estou de mãos amarradas, pois minha função é fazer as eleições e só. Eu não tenho um tostão em caixa e apenas um sócio pagante. O América não tem nada, suas contas bancárias, todas elas estão bloqueadas pela justiça trabalhista. Mais de 100 processos trabalhistas na justiça trabalhista e na civil.

– É realmente uma calamidade o que fizeram com o América campeão, com o América que enfrentava os grandes times de São Paulo, o América que teve o nome espalhado pelo Brasil e pelo mundo. Hoje o América vive de miséria. Até os jogos da A4 do Paulista, as taxas dos jogos e da Federação foram pagas por torcedores que fizeram vaquinha e arrumaram os honorários. Se não, o América já estaria eliminado por inadimplência das taxas – disse Samir.

Arivaldo Maia com Arcílio Neto – Redação do ge – São José do Rio Preto, SP

Estádio Paulo Machado de Carvalho não vai mudar de nome, assegura presidente do Consórcio Allegra Pacaembu
   20 de fevereiro de 2024   │     3:00  │  0

Projeção gráfica de como deve ficar o estádio Paulo Machado de CarvalhoProjeção gráfica de como deve ficar o estádio Paulo Machado de Carvalho –

(Foto: Divugação/Allegra Pacaembu)

O jornalista Wanderley Nogueira entrevistou Eduardo Barella, presidente da Progen e do Consórcio Allegra Pacaembu para o podcast Nossa Conversa, hospedado no site da Jovem Pan. A Allegra Pacaembu é responsável por administrar o Complexo Pacaembu, composto pelo estádio Paulo Machado de Carvalho e o Centro Poliesportivo. O consórcio venceu a licitação de concessão pelo valor de R$ 111 milhões por 35 anos.

Wanderley Nogueira: O valor de R$ 111 milhões é pago à vista, de forma mensal, anual? Como esse valor chega aos cofres da prefeitura?

Eduardo Barella: O valor ofertado pela concessionária foi de R$ 111 milhões, como você mesmo colocou. Este foi um certame licitatório, ou seja, foi uma concorrência entre quatro participantes da qual saímos vencedores. Existia, no certame licitatório, um regramento em relação ao pagamento da outorga. A outorga mínima foi R$ 35 milhões e definia como vencedor quem pagasse o maior valor. Nosso valor foi de R$ 111 milhões, e o edital previa que fosse paga a diferença entre o valor mínimo e o valor ofertado. Portanto, antes do contrato ser assinado, nós fizemos um pagamento no valor aproximado de R$ 80 milhões. A diferença deste valor começou a ser paga no ano passado e será paga em dez prestações reajustadas. Portanto, este foi o valor apenas para que nós assinássemos o contrato de concessão.

WN: Dez prestações reajustadas anuais?

EB: Sim, anuais. Do 4º ao 14º ano são dez prestações do valor mínimo. E, como eu já disse, a diferença já foi paga, antes mesmo da assinatura do contrato de concessão.

Arivaldo Maia, Wanderley Nogueira e Vinicius Alexis – Redação da Jovem Pan – São Paulo

 

Alvo de críticas, Consórcio Maracanã se posiciona sobre as condições do gramado
   19 de fevereiro de 2024   │     22:30  │  0

Alvo de críticas por parte de treinadores e jogadores, o gramado do Maracanã vem chamando a atenção pelo péssimo estado de conservação. Nesta sexta-feira, porém, o Consórcio Maracanã, responsável pelo estádio, se pronunciou sobre o assunto.

Por meio de nota, o Consórcio informou que eventos não ligados ao futebol, que aconteceram no estádio no final do ano passado, contribuíram para prejudicar a recuperação do gramado.

“O Consórcio Maracanã vem a público prestar alguns esclarecimentos sobre a situação do gramado. O estádio recebeu, somente no mês de dezembro do ano passado, quatro eventos, sendo dois megashows – Paul McCartney e Ivete Sangalo – o que fez com que um grande palco ficasse montado por duas semanas sobre o gramado”, informou a empresa em nota nas redes sociais.

A quantidade de partidas disputadas no local no mês de fevereiro, junto com as altas temperaturas e as chuvas de verão, foram fatores que ajudaram a dificultar a recuperação total do campo de jogo.

A empresa que administra o estádio disse que vai tomar medidas para que o gramado volte a ter condições ideais para os próximos torneios. No final deste mês, no dia 29, o Maracanã vai ser palco do jogo de volta da final da Recopa Sul-Americana, entre Fluminense e LDU.

Neste início de temporada, Fernando Diniz e Tite, técnicos de Fluminense e Flamengo, fizeram críticas ao estado do gramado, aumentando a repercussão sobre os jogos que vem sendo realizados no estádio carioca.

NOTA DO BLOG

Enquanto os maiores estádios brasileiros continuarem dividindo seu espaço entre jogos e shows, essa ‘Gandaia’ não termina.

Arivaldo Maia

Blog do Arivaldo com Redação do ESTADÃO CONTEÚDO

Allianz Parque começa a trocar gramado após reclamações do Palmeiras
   18 de fevereiro de 2024   │     17:00  │  0

Allianz PalmeirasAllianz Parque começa a trocar gramado após reclamações do Palmeiras – (Foto: Agência Estado)

A WTorre, empresa responsável pela administração do estádio, afirma que não há um prazo para finalização da troca, feita pela Soccer Grass

Pouco depois da partida, o clube comunicou que não jogaria mais no estádio até que o gramado fosse reparado.

Após reclamações públicas do Palmeiras, incluindo técnico e jogadores, o Allianz Parque começou a troca do criticado gramado sintético. Nesta sexta-feira, vazaram imagens do campo já sem a grama em toda a sua extensão. A WTorre, empresa responsável pela administração do estádio, afirma que não há um prazo para finalização da troca, feita pela Soccer Grass.

O último jogo do Palmeiras no Allianz Parque foi contra o Santos, em 28 de janeiro, pelo Paulistão. Pouco depois da partida, o clube comunicou que não jogaria mais no estádio até que o gramado fosse reparado. As condições ruins do campo foram o motivo apontado para uma lesão do meia Giuliano, do Santos. Bruno Rodrigues, atacante do Palmeiras, já havia se lesionado pela mesma razão, em confronto com a Inter de Limeira.

A WTorre informou que não há um prazo determinado para completar o procedimento de troca do termoplástico, material que superaquece e causa problemas no campo. Os trabalhos começaram na semana passada. A Soccer Grass, responsável pela instalação e manutenção, também instalou a grama da Academia de Futebol. Devido ao descontentamento com a situação, o Palmeiras rompeu o contrato comercial com a empresa referente ao CT.

DESCONTENTAMENTO PALMEIRENSE ESCALOU ATÉ MUDANÇA PARA BARUERI

O Palmeiras já havia comunicado à Soccer Grass sobre a piora da qualidade dos campos do Allianz Parque. O clube entendeu que houve demora nas ações de reparo, o que causou prejuízo e levou o time para atuar longe de casa.

Abel Ferreira, técnico da equipe, nunca escondeu a insatisfação com o campo, especialmente depois de shows realizados na Arena, como quando miçangas ficaram espalhadas pela grama depois dos shows da cantora Taylor Swift, em novembro do ano passado.

Arivaldo Maia com Agência Estado e Futebol Interior

Morumbi terá capacidade para 85 mil após reforma; veja ranking dos maiores estádios do mundo
   1 de janeiro de 2024   │     23:00  │  0

O São Paulo fechou na sexta-feira, 29, um acordo com a construtora WTorre para a realização da reforma no estádio do Morumbi. O contrato assinado prevê que as obras sejam finalizadas em 2030, ano em que o clube tricolor completa 100 anos de existência. Entre os efeitos da modernização, está a ampliação da capacidade do estádio para receber 85 mil pessoas em dias de jogos, atualmente em pouco mais de 65 mil, e 100 mil em shows – atualmente, cerca de 70 mil.

Se as obras de requalificação terminassem hoje, o Morumbi passaria muito perto de figurar entre os dez maiores estádios do mundo em capacidade de público. A lista atualmente é encabeçada pelo Estádio Rungrado Primeiro de Maio, em Pyongyang, na Coreia do Norte, que pode receber até 114 mil torcedores. No ranking, ainda aparecem palcos emblemáticos, como o Camp Nou, em Barcelona (99.354) e Wembley, na Inglaterra (90.000).

A reforma transformaria ainda o Morumbi no estádio que mais cabe torcedores no Brasil. Atualmente, o Maracanã, no Rio de Janeiro, é o que detém a maior capacidade: 78.838. Em seguida, fechando o top-5, vêm Mané Garrincha, em Brasília (72.788); o próprio estádio do São Paulo; Castelão, em Fortaleza (63.903); e Mineirão, em Belo Horizonte (61.846)

Além das obras de ampliação da capacidade de torcedores, a casa do São Paulo deverá contar com uma cobertura nas arquibancadas, um estacionamento para 2 mil veículos e um anfiteatro modular com capacidade para 20 mil pessoas.

CONFIRA A LISTA DOS MAIORES ESTÁDIOS DO MUNDO

Rungrado Primeiro de Maio – Pyongyang, Coreia do Norte: 114.000 torcedores.

Melbourne Cricket Ground – Melbourne, Austrália: 100.024 torcedores.

Camp Nou – Barcelona, Espanha: 99.354 torcedores.

FNB Stadium – Joanesburgo, África do Sul: 94.736 torcedores.

Nova Capital Administrativa – Cairo, Egito: 93.940 torcedores.

Rose Bowl – Pasadena, Estados Unidos: 92.542 torcedores

Wembley – Londres, Inglaterra: 90.000 torcedores.

Nacional de Lusail – Lusail, Catar: 88.966 torcedores.

Azteca – Cidade do México, México: 87.523 torcedores.

Boerg el Arab – Alexandria, Egito: 86.000 torcedores.

 

Arivaldo Maia com Redação do ESTADÃO CONTEÚDO