Espanha supera ambiente caótico e conta com alto investimento para ganhar título inédito da Copa do Mundo Feminina
   21 de agosto de 2023   │     3:00  │  0

espanha-campea-copa-do-mundo-feminina-FRANCK FIFE-AFPSeleção espanhola de futebol feminino conquistou o título inédito da Copa do Mundo em jogo apertado contra a Inglaterra – (Foto: FRANCK FIFE/AFP)

A Espanha conquistou o título inédito da Copa do Mundo Feminina, ontem, 20, ao derrotar a Inglaterra por 1 a 0 em final disputada no Accor Stadium, em Sydney, na Austrália. Para quem não acompanha futebol feminino, o resultado pode ser surpreendente. Afinal, até esta edição do Mundial, a seleção espanhola só contava com duas participações no torneio da Fifa, alcançando o ápice nas oitavas de final de 2019.

Sem tradição na modalidade, a Fúria também nunca brilhou no Velho Continente, chegando apenas ao quarto lugar na Eurocopa, no longínquo campeonato de 1997. Para piorar, o ambiente dentro da equipe nacional era caótico, com várias jogadoras fora da lista de convocadas após um boicote contra o treinador.

Apesar de todo o contexto, a “La Roja” desembarcou na Oceania com uma geração forte, promissora graças ao alto investimento nas categorias de base e entrosada devido ao forte time montado pelo Barcelona. O resultado contra as inglesas, assim, premia a aposta do país ibérico no futebol feminino e consolida um grupo talentoso, mas que conviveu com problemas.

As questões problemáticas têm relação, principalmente, com o técnico Jorge Vilda, que está à frente da seleção espanhola há oito anos. Na temporada passada, quinze jogadoras da Espanha enviaram um e-mail para a Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF) pedindo a demissão do comandante. Após não ter o pedido atendido, o grupo anunciou um boicote contra a equipe nacional – para o Mundial, três atletas acabaram retornando ao elenco.

Na Copa do Mundo 2023, a seleção espanhola tev e como base o Barcelona, bicampeão da Liga dos Campeões Feminina e atual vencedor do torneio europeu. O clube catalão tem quatro titulares na equipe campeã: a goleira Cata Coll, a zagueira Irene Paredes, a lateral-esquerda Laia Codina e a volante Aitana Bonmatí.

Além do quarteto e da própria Putellas, o Barça também conta com a meia Mariona Caldentey e a jovem atacante Salma Paralluelo, candidata a revelação do Mundial. Esta última, inclusive, é o símbolo da renovação da Espanha, que contou com um bom aporte financeiro para chegar ao auge. Nos últimos anos, o investimento na categoria foi notório e resultou nos títulos mundiais Sub-17 e Sub-20. Dessa forma, com um elenco relativamente jovem, a expectativa é que a “Fúria” chegue forte para a Copa de 2027, ainda sem local definido.

Arivaldo Maia com Redação da Jovem Pan – São Paulo