Não é fácil: Fluminense enfrentou o The Strongest na altitude de La Paz – (Foto: AFP)
Goleiro faz brilhantes defesas para ajudar a não transformar o revés em desastre acima de 3.625 m.
Faltou muita coisa para o Fluminense em La Paz. Da presenças dos titulares aos uniformes lançados para a atual temporada. Mas a maior ausência, sem a menor sombra de dúvidas, foi a do oxigênio. Jogar na altitude boliviana de 3.625 m não é fácil e é impossível não associá-la a vitória do The Strongest-BOL por 1 a 0, no Estádio Hernando Siles.
Para o tricolor, dos males o menor por ter construído uma importante gordura nas rodadas anteriores, capaz de manter a liderança isolada do Grupo D mesmo com o resultado adverso.
Quando falamos sobre a ausência de uniformes, não é força de expressão. O Fluminense teve que utilizar a camisa branca da linha de 2022/2023 na partida porque os de 2023/2024 não chegaram a tempo em La Paz. Em nota oficial, o tricolor explicou que houve um problema durante o embarque. Mas manteve o mistério sobre como o da temporada anterior chegou ao local.
Já sabendo que sofreria com o desgaste físico devido a altitude, o técnico Fernando Diniz optou por levar quase todos os reservas a campo. Custou caro. No primeiro lance de perigo do The Strongest, escanteio cobrado, desvio na primeira trave e gol marcado por Triverio. Além de escalar a montanha para chegar em La Paz, o tricolor precisou se esforçar em dobro para tentar reagir dentro da partida — dentro de suas limitações físicas.
No entanto, não dá para culpar em Fábio. O melhor comentário sobre o goleiro é que sem ele o resultado seria muito pior. As defesas na altitude foram absolutamente impressionantes. Foram inúmeras que impediram um desastre em La Paz.
Diniz até tentou. No segundo tempo, Arias e André foram para campo. Mas quanto mais o tempo passava, mais o cansaço aumentava e as jogadas ficavam mais difíceis. Sotomayor acertou a trave após perder um gol inacreditável.
No fim, tendo em vista que o River Plate sofreu três gols na altitude, levar apenas um se mostrou aceitável pensando no saldo de gols do grupo.
NOTA DO BLOG
É inexplicável a Conmebol ainda não ter dado um basta nessa vantagem dos times que jogam na altitude.
O castigo maior é em La Paz. Lá, já narrei vários jogos do Brasil, especialmente nas Eliminatórias e Copas América, e só Deus sabe quanta dificuldade encontrei. Sem respirar normalmente pelos efeitos da altitude, não há condições de narrar um jogo, quanto mais correr e jogar.
Existem outras regiões na Bolívia onde os efeitos praticamente não existem. É desumano jogar futebol na altitude de La Paz. Nada contra sua história e seu povo simples e maravilhoso.
Arivaldo Maia
Textos: Blog e Redação do EXTRA – Rio de Janeiro