Análise: Vitória do Flamengo passa pelos acertos de Vítor Pereira contra um Fluminense que não está morto
   3 de abril de 2023   │     3:30  │  0

Primeiro jogo da final entre Flamengo x Fluminense no Maracanã. Vítor Pereira e Diniz

Primeiro jogo da final entre Flamengo x Fluminense no Maracanã. Vítor Pereira e Diniz – (Foto Alexandre Cassiano)

Rubro-negro colhe frutos da insistência em uma estratégia que funcionou, mas não é irreal pensar que o tricolor pode recuperar um resultado de 2 a 0. Por isso não está morto.

As estatísticas da final do Campeonato Carioca são curiosos. O Fluminense levou a melhor em posse de bola (53% a 47%) e finalizações (16 a 13). Mas foi superado no que mais importava — o placar. O Flamengo venceu por 2 a 0 e abriu uma boa vantagem na decisão. Triunfo que passa por dois nomes em especial: Ayrton Lucas e Vítor Pereira.

A numeralha destacada tem função importante para entender o que aconteceu no jogo. O placar só foi possível porque o Flamengo foi fiel a uma ideia e estilo de jogo que se mostrou muito eficiente. Mesmo que isso significasse não ter o domínio da partida, bem diferente do que os rubro-negros se acostumaram a ver dentro de campo.

Extremamente criticado pelos torcedores rubro-negros, Vítor Pereira merece créditos — desta vez. Teve peito para mudar a forma da equipe jogar, barrar medalhões e foi premiado com uma vitória importantíssima. Se Ayrton Lucas foi o grande destaque, também passa por ele, que evoluiu e tem sido um dos melhores jogadores do Flamengo na temporada.

É natural que o torcedor torça o nariz quando viu que Gabigol e Everton Ribeiro estavam no banco de reservas — ainda mais sem ter Arrascaeta. Mas a escolha funcionou. O Flamengo optou por jogadores mais velozes e móveis, para pressionar a saída de bola tricolor e explorar os contra-ataques. Foi uma tônica da partida: a cada erro de bola tricolor, uma avalanche de jogadores rubro-negros aproveitavam o contra-ataque.

O primeiro gol do Flamengo nasce da insistência de uma jogada treinada e buscada dezenas de vezes durante a partida. David Luiz (ou qualquer outro zagueiro) tenta um lançamento longo nas costas de Alexsander, que tem estatura e físico inferior a maioria dos atletas rubro-negro. Superado, a bola sobra para Pedro, que pode finalizar ou chutar. Ele assistiu Ayrton Lucas, que abrir o placar. No segundo, brilhou o talento individual do lateral-esquerdo.

O Flamengo, mesmo nas cordas em alguns momentos — principalmente no primeiro tempo — se manteve fiel à sua estratégia. Colheu os frutos e está com a mão na taça. Graças a uma estratégia que funcionou e pela sua eficiência dentro de campo. Pode ter sido decisiva para ficar com o título.

Venceu quem foi mais eficiente.

Arivaldo Maia com Redação do Jornal O GLOBO