Ele Vai: conheça o senegalês que disse não para a França campeã do mundo
   23 de outubro de 2022   │     15:00  │  0

Kalidou Koulibaly pela seleção de Senegal na Copa Africana de Nações -Kalidou Koulibaly pela seleção de Senegal na Copa Africana de Nações – (Foto: Haykel Hmima/AFP/06.02.2022)

Em 2018, na Rússia, Senegal sentiu o gosto amargo da eliminação ainda na fase de grupos por causa do critério de cartões amarelos. Levou seis, contra quatro do Japão, que avançou às oitavas de final. Em 2022, agora no Catar, a seleção africana, atual campeã continental, busca ir além e, quem sabe, fazer história na Copa do Mundo — o pontapé inicial será no dia 20 de novembro. Para isso, conta com o zagueiro Kalidou Koulibaly, de 31 anos.

Há quatro anos, entretanto, a história de Koulibaly poderia ter sido diferente e hoje seriam enormes as chances de ele ter no currículo um título de Copa do Mundo.

Filho de pais senegaleses, Koulibaly nasceu na França — Saint-Dié-Les-Vosges — e atuou pelas seleções sub-17 e sub-20 a partir de 2011. Treinador da equipe francesa, Didier Deschamps, campeão em 2018, nunca escondeu o desejo de ter o zagueiro em seu grupo. Porém, em 2015, o atual jogador do Chelsea optou definitivamente por Senegal.

Com o “não” para Didier Deschamps, Koulibaly começou a trilhar o seu caminho na seleção africana. Em fevereiro deste ano veio a consagração com o título da Copa Africana de Nações. Capitão do time, ele levantou o troféu de campeão.

A liderança exercida em campo também acontece fora das quatro linhas, mesmo que elas estejam interligadas. Ele, que é muito respeitado por companheiros de time e seleção, sempre se posiciona ao falar de questões que ainda fazem mal à sociedade como o racismo.

Quando defendia o Napoli, onde atuou por oito anos (2014 até 2022) e é um dos ídolos do clube, sofreu inúmeros episódios racistas. Num deles, em 2018, por torcedores da Inter de Milão.

“Tenho orgulho da cor da minha pele. De ser francês, senegalês, napolitano: homem”, postou à época nas redes sociais.

Em 2019, para o site The Players Tribune, voltou a falar sobre o racismo.

“Por que eles fazem isso? Por ser preto? Não é normal ser negro neste mundo? Você está apenas jogando o jogo que ama, como você já fez mil vezes antes. Você se sente magoado. Você se sente insultado. Honestamente, chega a um ponto em que você se sente praticamente envergonhado de si mesmo”, disse.

Na vida familiar, o zagueiro do Chelsea é casado com Charline Oudenot, sua namorada de infância. Os dois nasceram exatamente no mesmo dia — 20 de junho — em Saint-Dié-Les-Vosges.

Senegal, que está no Grupo A da Copa do Mundo, estreia diante da Holanda, em 21 novembro. Na chave ainda estão o Equador e a seleção dona da casa. O sonho da seleção africana é fazer bonito e também contar com a sorte. Afinal, ela é sempre importante.

Arivaldo Maia com Redação do EXTRA