Caboclo diz que compra de avião foi ‘planejada’ e teve anuência da CBF
   22 de junho de 2021   │     19:00  │  0

Modelo do atual jato particular da CBF. Durará, com segurança, mais 20 anos. No mínimoModelo do atual jato particular da CBF. Durará, com segurança, mais 20 anos, afirmam os especialistas. Caboclo comprou um novo sem nenhuma necessidade) – (Foto: REPRODUÇÃO/CESSNA)

Afastado de suas funções desde o dia 6 de junho, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Rogério Caboclo, se pronunciou no início da noite de ontem sobre a aquisição de um jato por US$ 14 milhões (R$ 71,7 milhões na cotação atual) para a entidade. Paga à vista, a compra foi realizada no mesmo dia em que uma funcionária formalizou denúncia de assédio sexual e moral contra ele.

Por meio de nota divulgada, Caboclo afirma que a decisão de comprar o avião foi “planejada por diversos meses” e teve como objetivo “atualizar o patrimônio” da entidade”, além de ter sido feita em “condições vantajosas”.

O mandatário também ressaltou que a transação foi realizada com a anuência da diretoria financeira e jurídica da CBF – tendo sido orientado a fazer a compra de forma “imediata” -, e antes das denúncias de assédio contra ele.

“O contrato foi aprovado e assinado pelos diretores jurídico da CBF, Luiz Felipe Santoro, e financeiro, Gilnei Botrel. Sem essas assinaturas o negócio jamais poderia ter sido fechado. Foi Gilnei Botrel que recomendou e realizou o pagamento imediato naquela data”, diz Caboclo no comunicado.

A informação da compra do Legacy 500, prefixo PR-HIL, de 16 lugares, foi publicada inicialmente pelo UOL Esporte, e confirmada pelo Estadão. Atualmente, a CBF possui um jato particular (um Citation, de 12 lugares) que é utilizado para deslocamentos da cúpula da confederação – em especial, do presidente Rogério Caboclo

Segundo bastidores, a compra do jato não havia sido discutida com o restante da diretoria, que tentou se desfazer do negócio por entender ser mais uma “herança maldita” da atual gestão.

Segundo o comunicado, o processo de venda da antiga aeronave, Cessna 680 modelo Sovereign, por US$ 6,150 milhões, “ainda não foi concluído em razão do afastamento do presidente, de forma unilateral e sem direito à defesa pela Comissão de Ética da CBF”.

Rogério Caboclo foi afastado por 30 dias da CBF após decisão do Comitê de Ética, que recebeu a denúncia de assédio contra o presidente no dia 4 de junho. O mandatário nega as acusações.

Quem assumiu seu lugar foi o vice-presidente Antônio Carlos Nunes, de 82 anos. Ele é o mais velho na função, e homem de confiança do ex-presidente Marco Polo del Nero, banido do futebol pela Fifa.

A CBF informou no final da noite de ontem que vendeu um avião Legacy 500, ano 2015, fabricado pela Embraer, e comprado no dia 4 de junho, último dia útil antes de Rogério Caboclo ser afastado da presidência da entidade.

A CBF disse ainda que o avião foi vendido pelo mesmo valor (US$ 14 milhões, ou cerca de R$ 72 milhões) pelo qual foi comprado. A aeronave não chegou a ser usada por dirigentes da confederação.

Blog com informações do ESTADÃO Conteúdo