Anistia Internacional pede à Fifa que pressione Catar sobre direitos dos trabalhadores
   22 de março de 2021   │     17:10  │  0

Presidente da Fifa, Gianni Infantino, em vistoria de estádio no Catar em outubro de 2020 — Foto: Divulgação / COL Catar-2022

Presidente da Fifa, Gianni Infantino, em vistoria de estádio no Catar em outubro de 2020 — (Foto: Divulgação / COL Catar-2022)

A Anistia Internacional (AI) pediu nesta segunda-feira à Federação Internacional de Futebol (Fifa) que pressione o Catar, país sede da Copa do Mundo de 2022, para melhorar as condições dos trabalhadores migrantes no emirado.

Como outros Estados da região, o Catar abriga uma importante população migrante, com muitos operários e trabalhadores pobres procedentes do subcontinente indiano. Desde que foi escolhido como sede do Mundial de 2022, o país é examinado de maneira detalhada pela ONG no que diz respeito aos direitos trabalhistas.

– Catar procedeu um certo número de reformas positivas nos últimos anos. Mas com frequência não são devidamente aplicadas, e milhares de trabalhadores migrantes continuam sendo explorados e sendo vítimas de abusos – afirmou a Anistia em um comunicado.

Mas algumas propostas discutidas pelas autoridades do Catar poderiam “reduzir a nada uma grande parte dos progressos feitos graças às reformas, especialmente ao impor de novo restrições aos direitos dos trabalhadores para mudar de emprego e para abandonar o país”, destacou a ONG.

As propostas, no entanto, não serão aceitas pelo governo, informaram fontes oficiais à agência de notícias France Press.

– Os progressos acontecem de maneira tão rápida como possível para que se adaptem ao nosso mercado de trabalho – destacou o departamento de comunicação do governo do Catar. – O governo se compromete a trabalhar em estreita colaboração com os sócios internacionais, incluindo a Anistia – completa a nota.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, disse a jornalistas na sexta-feira passada, após uma reunião do conselho da entidade.

– A proteção dos Direitos Humanos no plano internacional é uma prioridade absoluta para a Fifa. Devemos ser justos lá (no Catar) e admitir que aconteceram muitos avanços sobre as condições dos trabalhadores. Com certeza, é possível fazer mais em todos os lugares, sempre, inclusive na Suíça – afirmou, lembrando o país onde a Fifa tem sede.

Blog com ge.globo