Em meio à ótima fase na seleção brasileira, o técnico Tite também convive com temores. Em entrevista à agência “Reuters”, o comandante reconheceu que os problemas judiciais de seu principal craque, Neymar, podem influenciá-lo em campo. No último dia 23, o camisa 10 da Seleção teve um pedido de prisão apresentado pelo Ministério Público da Espanha por suspeita de corrupção na transferência do Santos para o Barcelona, em 2013, e ainda enfrenta processos no Brasil e no país europeu por denúncias de sonegação fiscal.
– É mentira dizer que está entrando no trabalho e deixando todos os problemas para fora. Vai influenciar sim, o que vai precisar ter é um grupo de pessoas que o aconselhem. Não tem como dissociar, vai depender muito da capacidade das pessoas próximas a ele de dizerem ‘fica tranquilo’. Mais ou menos, ou pouco ou muito, vai depender muito da capacidade do atleta, mas não se dissocia – declarou o técnico da seleção brasileira.
Sob o comando de Tite, Neymar cresceu de produção. Em cinco jogos sob o comando do novo treinador, o craque fez quatro gols e deu cinco assistências. Apesar de admitir que seu principal jogador possa sentir os problemas extracampo, Tite reitera que o craque ainda não atingiu seu auge. E deve render mais pela Seleção.
– Ele está num processo de evolução, inclusive de maturidade. Ele vai atingir o ápice de sua carreira lá com 27, 28 anos.
O técnico também está preocupado com outro jogador que se destacou sob sua tutela: Gabriel Jesus. O agora ex-atacante do Palmeiras já foi liberado pelo time paulista para se juntar ao Manchester City, seu novo clube. Para Tite, há o risco de o jovem atacante ter dificuldade para encontrar espaço na equipe de Guardiola.
– É um menino muito bem educado. Talvez nesse aspecto ele possa perder um pouco de espaço, vai ter concorrência. Vamos acompanhar, secar um pouquinho para que ele jogue. Por vezes existem muitos clubes que são mais do que uma seleção pelo poder financeiro – avaliou.
Com seis vitórias em seis jogos à frente da Seleção, Tite encerrou 2016 com o Brasil na liderança das eliminatórias, com 27 pontos, quatro à frente do Uruguai, segundo colocado. A Seleção volta a campo justamente contra os uruguaios, no dia 23 de março, em Montevidéu.
