Em uma Eurocopa marcada pelo brilho de jovens, um verdadeiro “tiozão” mostra que ainda tem muita lenha para queimar. Trata-se do goleiro Gabor Kiraly, de 40 anos, da Hungria, que é o jogador mais velho da história do torneio, superando o alemão Lotthar Matthaus – marca que lhe colocará no Guinnes Book, o livro dos recordes.
E ele é também um dos mais curiosos!
Kiraly possui um hábito um tanto único no futebol: ele só atua, tanto em treinos quanto nos jogos, vestindo uma calça de moletom cinza, algo raríssimo nos dias atuais entre arqueiros.
Se não tiver a vestimenta nesta cor e neste material específico, aliás, ele se recusa a entrar em campo.
De acordo com o próprio jogador, a superstição lhe traz sorte.
“Comecei a usar essas calças cinzas ainda quando jogava na Hungria [começou no Haladás, em 1993]. Como elas me trouxeram sorte, continuei usando depois, no Hertha Berlin, e, como as coisas continuaram dando certo, segui usando. Mas não basta só usar as calças, tem que se mexer dentro delas também (risos)”, brincou, à BBC.
“Eu uso as calças porque são confortáveis. Afinal de contas, eu sou apenas um goleiro, não um modelo fashion“, sorriu, em entrevista ao site oficial da Fifa.
De acordo com o próprio Kiraly, a primeira vez que vestiu o “uniforme” foi por acaso. Ele usava calças pretas no início da carreira, mas, um dia, o roupeiro esqueceu de lavá-las. Chegou na hora da partida e só havia um moletom cinza limpo. O goleiro, então, vestiu a “armadura” e saiu de campo sem ser vazado. Depois desse dia, nunca mais tirou a vestimenta. E quem o conhece atesta que isso é pura verdade.
Caso, por exemplo, do atacante brasileiro Luizão, aquele mesmo, pentacampeão do mundo com a seleção brasileira e com passagens vitoriosas por Corinthians, São Paulo e Palmeiras, entre (muitos) outros clubes.
Luizão defendeu o Hertha Berlin entre 2002 e 2004, jogando por dois anos com o arqueiro húngaro. De acordo com o centroavante, Kiraly nunca foi visto usando algo que não fossem calças de moletom.
“Ele sempre jogou com aquelas calças, rapaz. Vou te dizer que nunca o vi de shorts durante minha passagem pelo Hertha (risos). Era difícil, viu!”, brinca, ao ESPN.com.br.
Segundo o brasileiro, o hoje “vovô” da Euro sempre foi um cara “de boa”.
“Era um cara muito quieto, tranquilo, bem na dele mesmo. Não mexia com ninguém, era sempre muito sério. Foi titular daquele nosso time e sempre jogou muito bem, era excelente goleiro. Sempre me tratou muito bem nos nossos anos juntos”, lembrou.
Blog com ESPN
