Deputado Jardel é suspeito de 5 crimes: de drogas a funcionária fantasma
   4 de dezembro de 2015   │     0:01  │  0

Momento em que Jardel foi abordado pelos policiais em sua residência em Porto Alegre (Foto: g1.globo.com)

Afastado do cargo de deputado estadual após pedido da Justiça pelo Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul, Jardel tem uma série de problemas para resolver durante os 180 dias em que está impedido de exercer seu cargo público. As suspeitas recaem sobre uso ilícito de dinheiro público para financiar vício em drogas e auxiliar familiares e interesses pessoais.

“Temos várias informações sobre drogas. Tem uma servidora fantasma que é esposa de quem fornecia droga para o deputado”, disse Dr. Flávio Duarte, que coordenou as investigações, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira.

A contratação de funcionários fantasmas também é investigada. A mulher de um traficante teria sido escolhida para receber sem nem mesmo aparecer na Assembleia Legislativa.

As investigações da operação “Gol Contra” concluíram que existe uma estrutura criminosa instalada na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, com Jardel como principal beneficiário. O caso foi encaminhado para a corregedoria e comissão de ética, segundo o presidente da AL.

Jardel, de 42 anos, brilhou por Grêmio, Porto, Galatasaray, entre outros clubes. Abandonou a carreira de jogador em 2011 e admitiu publicamente envolvimento com drogas. Foi eleito deputado em 2014 com mais de 40 mil votos.

AS SUSPEITAS QUE RECAEM SOBRE JARDEL

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

  • Tratado pelo MP como principal beneficiário de um grande esquema de corrupção na Assembleia Legislativa, Jardel teve apoio para conseguir dinheiro público de forma ilícita. O deputado teve o telefone grampeado, assim como outras oito pessoas. Contratou funcionários fantasmas, como a mulher de um traficante. Este fornecia drogas ao político, que é apontado como dependente químico na investigação.

  •  CONCUSSÃO

     

    Jardel exigia parte dos salários de todos os assessores nomeados. No mínimo, R$ 3 mil. Para mascarar a atividade, dizia aos assessores em contatos telefônicos que o dinheiro era para “comprar camisas”. Recebia os valores de forma direta. O advogado Christian Miller modificou o esquema após a saída de um funcionário. A arrecadação passou a ser feita pelo Chefe de Gabinete, Roger Antônio Foresta.

  •  FALSIDADE DOCUMENTAL

     

    Foram detectadas diversos pedidos irregulares de reembolso por viagens e utilização de veículos oficiais. Em viagem a Santana do Livramento, por exemplo, a nota fiscal de hospedagem em um hotel apresentada para a Assembleia havia perdido a validade em 2013, de acordo com legislação da cidade. O deputado teria conseguido um talonário antigo junto ao hotel para garantir o recebimento da quantia.

  •  PECULATO

     

    O advogado e assessor Christian Vontobel Miller foi à cidade de Fortaleza para tratar de um processo ao qual Jardel responde pelo não pagamento de pensão alimentícia a uma filha. A justificativa para o pagamento de diárias, no valor de R$ 1.024,05, foi de que iria tratar de projetos na área do esporte. A viagem em benefício pessoal do deputado foi paga com dinheiro público.

    LAVAGEM DE DINHEIRO

    Com o aluguel da casa da mãe e do irmão atrasado em cinco dias, Jardel ordenou que um dos assessores fizesse o pagamento. Este funcionário pagou o valor de R$ 2.434,69 com cheque pré-datado, quitado através de cobranças de diárias fictícias. Um jornal de Gravataí era usado para desvio. Uma verba de publicidade seria paga para a publicação, que posteriormente devolvia esse dinheiro para Jardel.

     

Blog com UOL Esporte