Apenas ordem de cartola já mudou opinião do técnico Dunga
   11 de fevereiro de 2010   │     2:39  │  0

DUNGA NÃO ACEITA OPINIÕES E BATE DE FRENTE COM QUEM DISCORDA
DUNGA NÃO ACEITA OPINIÕES E BATE DE FRENTE COM QUEM DISCORDA

Não é um par de boas atuações de Ronaldinho no Milan, a opinião de críticos ou até a pressão popular (opção que até agora não aconteceu) que vão fazer Dunga mudar sua opinião sobre o grupo que vai levar para a Copa da África do Sul.

O treinador tem a convicção de que o melhor a fazer é manter o grupo que comeu grama com ele por quase quatro anos e esquecer os baladeiros da Copa de 2006, convicção justificada com folga pelos resultados –e também pelo bom futebol jogado pelo time em 2009.

Poderia ser uma bela história de apego a princípios, mas que uma futura biografia honesta de Dunga vai desmentir.

O mesmo treinador que agora, amparado pela boa fase, ignora Ronaldinho e aposta nos seus pupilos, jogou às favas suas convicções sobre quem convocar em 2008, quando Ricardo Teixeira, o presidente da CBF, mandou-o chamar Ronaldinho para a Olimpíada de Pequim. Na ocasião, ele não pensou em dizer que não queria ser “induzido ao mesmo erro de 2006”, como agora sempre dispara para a imprensa.

Eram tempos de crise na seleção brasileira, com o cartola ouvindo ao lado do grande amigo Aécio Neves, o governador tucano, um Mineirão lotado pedindo a saída do treinador após uma péssima atuação contra a Argentina. Na época, Ronaldinho nem era escalado no Barcelona e estava muitos quilos acima do seu peso ideal.

E não foi por descumprir o comportamento exemplar que Dunga tanto prega para quem pretende vestir a seleção que Ronaldinho decepcionou na China, quando o Brasil mais uma vez falhou na inédita conquista do ouro olímpico. Ele treinou duro, era querido pelos colegas e, na época, foi fartamente elogiado pelo treinador.

A convocação de Ronaldinho para a Olimpíada foi a única interferência conhecida de Ricardo Teixeira na escalação de uma seleção brasileira, de qualquer categoria, nos mais de 20 anos em que ele comanda a CBF. Assim, para Ronaldinho e outros baladeiros de Weggis, como Roberto Carlos e Ronaldo, a chance de ir ao Mundial de 2010 é só um fio de esperança.

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