A rotina da torcida do Flamengo, de vaiar jogadores, outrora aplaudidos, continua. Agora, o mais novo caso de amor e ódio da nação é com o goleiro Bruno (foto). Na derrota de quinta-feira, por 2 a 1, contra o Cruzeiro, em pleno Maracanã, Bruno se atrapalhou em alguns lances, falhando, inclusive, no segundo gol do time mineiro. O auge do descontentamento dos pouco mais de 14 mil torcedores que foram ao estádio aconteceu quando o goleiro demorou para repôr uma bola, no segundo tempo, com o Flamengo já perdendo.
– Nosso torcedor não aceita explicação. Está chateado assim como nós. No calor do jogo é normal se abater após sofrer a virada. Se colocasse a bola em jogo rapidamente, iríamos tomar de três ou quatro. O time estava desorganizado, tem que esfriar a cabeça. Senti que tinha que segurar – defendeu-se.
O segundo revés consecutivo no Brasileirão trouxe à tona a relação conflituosa da torcida rubro-negra com seus ”ídolos” recentes. Do elenco atual, três jogadores já provaram dessa mistura de sentimentos: Léo Moura, Juan e Kléberson. O lateral-direito titular do Fla chegou à xingar os torcedores, após marcar o gol de empate contra o Náutico. Juan, lesionado e fora do time, sempre foi alvo de vaias e aplausos na sua trajetória no clube da Gávea. Kléberson, há menos tempo – entre os três – no Fla, enfrenta críticas e desconfiança, desde que voltou da Seleção Brasileira com título da Copa das Confederações.
Entre os ex-jogadores, Ibson se destacava por ser decisivo e contestado. O volante, agora no Spartak de Moscou, chegou a declarar que se Zico foi vaiado, porque ele não seria. Já o ex-capitão Fábio Luciano, saiu do Flamengo pela porta da frente, como campeão carioca, este ano, mas até conquistar a confiança da torcida, teve que aguentar o sonoro coro das arquibancadas também.
