Ruben Israel saiu voando para não morrer
SANTA FÉ (Colômbia) – O técnico uruguaio Ruben Israel saiu voando da Colômbia e encerrou sua passagem pelo Independiente de Santa Fé no dia de ontem antes mesmo de estrear pelo clube colombiano. Ameaçado de morte por torcedores extremistas se não mantivesse o zagueiro Francisco Najera no plantel para a próxima temporada, o treinador de 51 anos pegou um avião instantes depois e retornou a Montevidéu.
A situação do Independiente é crítica. Apesar de o clube de Bogotá ter em sua galeria de honra seis troféus do Campeonato Colombiano, há 34 anos não conquista um título. A fila tem levado ao desespero a torcida, capaz de ameaçar de morte o técnico que acabou de chegar à equipe, desclassificada da fase final da atual edição do torneio.
Najera, um dos principais atletas da equipe colombiana, estava em processo de renovação contratual. O defensor, porém, pedia um pagamento acima do teto orçamentário salarial que o Independiente poderia pagar. Preocupada, a torcida decidiu pressionar o treinador que mal havia chegado.
“Um homem disse para mim: ‘Vou deixar bem claro que, se o Najera não estiver no time, vamos apagar você e toda sua família'”, contou Rubens Israel, que sequer havia estreado. Para abafar o caso, o vice-presidente colombiano Francisco Santos pediu para o treinador seguir no país e prometeu segurança especial, mas a oferta não foi atendida.
“É uma situação muito gratificante para mim saber que um alto representante do governo me pediu para ficar. Mas, com todo respeito, nada vai me fazer mudar de decisão. Eu estava exercendo meu trabalho decentemente e não me entra na cabeça a atitude da torcida”, criticou.
O acontecimento chocou inclusive o próprio Najera, que resolveu encerrar as negociações de contrato com o Independiente. “Estou deixando o clube. Esta é a melhor decisão para mim, pessoal e profissionalmente. Acredito que não devo continuar depois de tudo isso”, declarou o defensor.
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