Carlos Alberto Parreira (foto) não é mais o técnico do Fluminense. A quinta partida sem vencer e a entrada na zona de rebaixamento fizeram com que o treinador fosse demitido na manhã desta segunda-feira em acordo entre o clube e o patrocinador. A diretoria tricolor anunciou a mudança em comunicado em seu site oficial.
O treinos desta segunda serão comandados pelo auxiliar-técnico Vinícius Eutrópio, que assume interinamente.
Esta foi a terceira passagem de Parreira no Fluminense. Ele comandou o time em 24 jogos, obtendo oito vitórias, nove empates e sete derrotas. Foram 33 gols a favor e 30 contra.
Sem inspiração e sem organização, o Fluminense pressionou o Santo André, especialmente na segunda etapa, mas perdeu no Engenhão por 1 a 0, na noite de ontem, gol contra de Wellington Monteiro logo no começo da partida. Com o resultado, a equipe perdeu posições na tabela e agora está na zona do rebaixamento, junto com Botafogo, Náutico e Avaí. A torcida exibiu uma faixa de protesto com os dizeres “Fora Parreira”.
O meia argentino Conca e o lateral-direito Ruy, que estreou no time, foram exceções num time, em geral, que teve atuação muito fraca. Conca lutou o tempo todo e tentou organizar as jogadas de ataque. Ruy, cuja previsão inicial era atuar somente 45 minutos, ficou até o fim e cansou no segundo tempo. O goleiro Ricardo Berna também esteve bem, fazendo algumas defesas importantes.
O gol do Santo André aconteceu aos 3 minutos de partida. Antônio Flávio fez jogada pela direita e cruzou para Nunes na área. O atacante não alcançou, mas a bola bateu em Wellington Monteiro e enganou Berna, que nada pôde fazer para evitar que a bola entrasse mansa ao fundo da rede.
O Fluminense sentiu o golpe. Aos 15, Nunes desviou de primeira após cruzamento da direita e quae fez o segundo. Aos 30, Élvis tocou por cobertura, na saída do goleiro Ricardo Berna, mas o zagueiro Edcarlos evitou o gol, praticamente em cima da linha.
No segundo tempo, Parreira botou Marquinho no lugar de Wellington Monteiro. E Tartá no de João Paulo. A tentativa de deixar o time mais ofensivo apenas fez com que o Fluminense se arriscasse mais, sem, no entanto, criar grandes chances. Numa boa descida ao ataque, Alan cruzou na área e Leandro Amaral cabeceou com perigo. Neneca fez ótima defesa e mandou a escanteio, aos 26.
Quatro minutos depois, Berna salvou o Fluminense em chute cara a cara com Antônio Flávio. Aos 35, Alan cruzou, o goleiro Neneca falhou bisonhamente na pequena área, mas a zaga afastou antes que Tartá conseguisse emendar para o gol vazio. Aos 39, Conca cobrou falta e Neneca espalmou a escanteio. E foi só. Até o apito final, o Fluminense não conseguiu ser perigoso novamente. O Santo André só esperou o tempo passar para comemorar a vitória fora de casa.
Parreira não vai mudar esquema do Fluminense para anular Adriano
O atacante Adriano é considerado o principal jogador do Flamengo pela torcida rubro-negra e também pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Mesmo assim, o treinador tricolor já deixou claro que não mudará seu esquema de jogo por causa do Imperador.
O técnico afirmou que não colocará nenhum atleta fazendo marcação individual ao atacante.
– Não marcamos nenhum jogador homem a homem. Sabemos se der liberdade, ele vai decidir, tem muita força e muita qualidade. Quem estiver perto terá que marcar. Pode ser o luis Alberto ou o Edcarlos – disse Parreira à Rádio Brasil.
Sobre quem poderia ser decisivo no clássico o treinador tricolor nem demorou para pensar e rapidamente citou quatro jogadores.
– Pelo lado do Flamengo, Adriano e Emerson. Pelo nosso lado, Fred e Thiago Neves – completou o técnico. O Fla-Flu será no Maracanã, às 18h30m deste domingo.
Parreira tembém está chegando no limite: dinheiro no Flu é coisa rara
Os salários atrasados no Fluminense afetaram também o técnico Carlos Alberto Parreira. Após o treino de ontem nas Laranjeiras, o comandante tricolor admitiu que também está sem receber no clube, assim como os jogadores e funcionários. Entretanto, ele deixou claro que ninguém se desmotivou por isso e que todos estão tendo uma postura profissional diante da situação.
– Sim, estou com o salário atrasado. Se o Fluminense não pagou os funcionários, não pagou a mim também. Mas estamos trabalhando com a mesma boa vontade, com o mesmo profissionalismo. Enquanto eu acordar e tiver prazer de vir aqui, tudo bem. Quando tiver um desprazer, aí é melhor repensar – declarou.
Parreira admitiu, inclusive, que já houve uma reunião com o coordenador de Futebol do Tricolor, Alexandre Faria, sobre a situação, e que o caso está entregue à diretoria.
– É evidente que todo mundo trabalha em cima de salários, e quando esses compromissos não são cumpridos, isso afeta. Mas temos conversado e isso não tem nos afetado. Há de se ressaltar o profissionalismo dos jogadores. Há o entusiasmo, isso não tem atrapalhado. Conversamos com o Alexandre Faria e ele irá passar uma situação para a diretoria. Quanto mais rápido for resolvido, melhor – disse.
Parreira já não é unanimidade no Flu e Renato Gaúcho está de plantão para voltar
Ao mesmo tempo em que é lembrado pelos 25 anos do único título brasileiro do Fluminense na série A – Parreira era o comandante em 1984 – o técnico está no limite da sobrevivência no cargo.
Fontes ligadas à diretoria confirmam que a eliminação da Copa do Brasil e a goleada sofrida para o Santos no Maracanã fizeram crescer a insatisfação de alguns conselheiros, parte da torcida, e principalmente de Celso Barros, presidente da patrocinadora do clube.
Barros vem tentando convencer a cúpula da diretoria a demitir o treinador, que tem contrato até dezembro. Os incidentes com a torcida, que invadiu o treino das Laranjeiras e agrediu o volante Diguinho esta semana esquentaram ainda mais os bastidores. Celso, inclusive, já tem o nome para substituir Parreira: o amigo pessoal Renato Gaúcho.
Ele quer a volta do treinador campeão da Copa do Brasil em 2007 e vice da Libertadores em 2008. Quando René Simões foi demitido, Celso também votou pelo retorno de Renato, mas naquela ocasião acabou convencido a aceitar Parreira.
Depois da derrota por 4 a 1 para o Santos, Parreira disse que o time só se acertaria “lá pela sexta, sétima rodada”. Mas a previsão pode esbarrar em um mau resultado domingo, contra o Náutico, no Recife, pela quarta rodada do Brasileirão. Dificilmente ele resistirá a mais um insucesso.
Carlos Alberto Parreira (foto) não é mais o técnico do Fluminense. A quinta partida sem vencer e a entrada na zona de rebaixamento fizeram com que o treinador fosse demitido na manhã desta segunda-feira em acordo entre o clube e o patrocinador. A diretoria tricolor anunciou a mudança em comunicado em seu site oficial.
