O que espera por Dorival Júnior na seleção brasileira e o que esperar dele
   9 de janeiro de 2024   │     12:00  │  0

O currículo de Dorival Júnior, novo técnico da seleção masculina — Foto: Editoria de arte EXTRA

Depois do ‘sim’ à CBF, técnico irá encontrar contexto de instabilidade política; em campo, suas características podem ajudar a tão esperada reação.

A dúvida que pairava nos últimos dias chegou ao fim, após Dorival Júnior aceitou o convite para ser o novo técnico da seleção brasileira. Com contrato definitivo — e não de interino, como era Fernando Diniz —, caberá ao paulista de 61 anos a missão de conduzir o time no ciclo para a Copa de 2026.

Mas outras perguntas se impõem agora. O que espera pelo treinador ao assumir o cargo em momento de crise política na CBF? E, claro, o que esperar dele?

Com o “sim” de Dorival, a CBF encerrou uma novela que já se arrastava há 396 dias. Em 9 de dezembro de 2022, quando o Brasil foi eliminado da Copa do Catar e Tite confirmou que deixava o cargo, a seleção passou a conviver com a ausência de um treinador efetivo. Desde então, dois provisórios passaram (Ramon Menezes e Fernando Diniz), e Carlo Ancelotti nunca deixou de ser só uma sombra. Mas foi só com o acerto de ontem que esta indefinição acabou.

Só que, agora, a própria entidade é uma novela em si. Se Ednaldo Rodrigues, que está contratando Dorival, não tem garantias de que seguirá na presidência da CBF, qual segurança o treinador possui? Esta questão, aliás, chegou a alimentar as esperanças dos são-paulinos de que o técnico pudesse recusar o convite.

Ednaldo se movimentou para dar uma garantia mínima ao técnico. Antes de procurá-lo, entrou em contato com a Federação Paulista de Futebol. O presidente da entidade, Reinaldo Carneiro Bastos, é considerado favorito a vencer eventuais novas eleições da CBF e suceder o atual mandatário caso ele seja novamente retirado do cargo. O dirigente baiano ouviu do paulista que a escolha por Dorival conta com seu apoio.

Ednaldo então fez contato com o presidente do São Paulo Julio Casares e com o próprio técnico. Parece ter sido o suficiente para convencê-lo, já que ontem mesmo ele comunicou sua escolha à diretoria e ao elenco do tricolor paulista.

Contudo, caso esta eleição ocorra Reinaldo não será candidato único. Ednaldo já avisou que não vai participar do pleito. Mas Flávio Zveiter, ex-presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, irá. E ele está do lado oposto ao do atual grupo no poder, o que pode indicar discordância no entendimento de quem seria o melhor nome para a seleção.

Arivaldo Maia com Rafael Oliveira – Redação do ge – Rio de Janeiro