Conheça o alagoano Calleb, o volante que marcou na final do Paulista Sub-12 e ajudou no título do Santos
   23 de dezembro de 2023   │     20:00  │  0

 

Calleb fez gol na final do Paulista Sub-12 — Foto: Arquivo Pessoal

Calleb fez gol na final do Paulista Sub-12 — (Foto: Arquivo Pessoal)

Garoto de 12 anos sai de Maceió e ganha espaço na Vila Belmiro.

O alagoano Calleb pode se transformar numa promessa do futebol nacional. Volante do Santos, o menino de 12 anos já precisou driblar dificuldades, como adaptação, distância da família e reprovação no São Paulo, para começar a marcar seu nome num grande clube do Brasil.

A história de Calleb, que nasceu em Maceió, começou na escola onde ele estudava. Um professor de educação física enxergou potencial no menino e o levou para a escolinha do Santos na capital alagoana, a Chuts.

Simone, mãe de Calleb, conta como tudo aconteceu.
– Anos atrás, o professor Rafael Salgueiro, nas aulas de educação física, nos chamou e disse: “Olha, esse menino vai jogar futebol. Ele tem um jeito de tocar na bola, toca com as duas pernas…” – contou a mãe, e acrescentou:

– Nós levamos ele pra escolinha aos três anos, só que ele muito pequenino. O professor falou: “Daqui a uns seis meses você traz ele que a gente só começa a pegar meninos com quatro anos, mas ele com três anos e seis meses a gente pega. Ele não vai ficar agora porque é muito pequenininho e a gente tem medo que ele caia. A gente tem vídeo dele pequeninho, e passa um filme na nossa cabeça, aquele toquinho passando pelos cones e chutando ao gol.

Anos depois, Calleb começou a disputar campeonatos regionais já pela escolinha do Santos. Quando estava em Pernambuco, foi selecionado para representar o Brasil em um Mundial no Peru e a Taça Brasil de Futsal, pelo CSA, conquistando a bola de ouro e sendo o artilheiro da competição, com 10 gols. Foi o estopim.

– Em um campeonato, o olheiro do Grêmio junto, com o treinador do CSA, professor Kleverson, intermediou a ida para um teste no Grêmio, em 2021. A gente foi pro Grêmio, ele e mais quatro, só ele do sub-10, e a gente acreditava que era só um momento pra ele saber como era um clube de alto rendimento. E, dos quatro meninos que foram, só ele que foi aprovado.

Simone conta que a adaptação em Porto Alegre não foi fácil. Ela aponta as maiores dificuldades enfrentadas longe de casa e revelou que chegou a pensar em desistir.

– No ano passado, nós morávamos em Porto Alegre, mas o frio, longe da família, a necessidade de não estar perto da família, ele perdeu um pouco de rendimento, mas se manteve firme no Grêmio até o fim do ano. O Grêmio nos abraçou de uma forma muito gostosa, por ter sido o primeiro clube. Mas, quando nós voltamos, no dia 17 de dezembro de 2022, eu disse que não queria isso pra nossa vida. É muito longe da família, ele está muito longe dos avós, muito longe dos irmãos…

Teste no São Paulo e frustração

– O empresário o levou para fazer um teste no São Paulo e fizemos. Ficamos uma semana em Cotia, porém, ele não foi aprovado. Fez um teste gostoso, ele era um centroavante desde o comecinho da vida dele no futebol, as pessoas chamavam ele de “Callebgol”. Ele fez dois gols lá no coletivo de teste em Cotia, mas, enfim, não foi aprovado – disse a mãe, lembrando que imaginava que algo melhor estava por vir.

Reviravolta na casa do Rei

– Voltamos pra casa, numa sexta-feira, passou o final de semana, a gente não ficou triste porque sabíamos que de uma hora pra outra Deus ia mandar uma coisa boa pra gente. Eu conversei com ele pra ficar em Maceió, sugeri a ele ficar no CSA, disputar a Taça Brasil, matriculei ele numa escola na segunda e, quando a gente estava voltando pra casa na segunda-feira mesmo, o empresário liga e diz: “Olha, tenho uma notícia maravilhosa pra vocês. Não era São Paulo os planos de Deus pra vocês, mas é o Santos, o time do Rei”, contou a mães, e continuou:

– O Rei morreu, mas o Santos está vivo, e a gente nem acreditou. Perguntei: “Vamos fazer teste quando?” Ele disse: “Teste não, vocês já estão aprovados. Eles querem Calleb lá no dia 1º de abril, apesar de ser o dia da mentira (risos). Então a gente se organizou e foi para Santos.

Adaptação mais tranquila

– Não foi difícil ele se adaptar no Santos porque ele já passou um ano no Grêmio, naquele frio de rachar. Quem conhece o CT do Grêmio sabe que fica ao lado do Rio Guaíba, então os treinos eram com aquele vento, frio horrível.

Arivaldo com trabalho de Denison Roma – Redação do ge –  Alagoas