Final única em competições da Conmebol completa cinco anos e especialistas analisam prós e contras
   1 de novembro de 2023   │     14:00  │  0

Fluminense, do artilheiro Cano, joga a final da Libertadores neste sábado contra o Boca Juniors no Maracanã — Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

Fluminense, do artilheiro Cano, joga a final da Libertadores neste sábado contra o Boca Juniors no Maracanã — (Foto: MAURO PIMENTEL / AFP)

Modelo foi adotado em 2019 pela confederação para as decisões da Copa Libertadores e Sul-Americana.

A final única da Copa Libertadores e Copa Sul-Americana, instituída pela Conmebol em 2019, entra em seu quinto ano consecutivo com este modelo ainda gerando críticas e elogios por parte dos amantes do futebol. Neste sábado, Fluminense e Boca Juniors decidem o título no estádio do Maracanã.

Enquanto o envelopamento das competições e as parcerias comerciais, com arrecadações cada vez maiores, trouxeram benefícios, a distância entre os países, com logística pouco acessível e passagens caras, acabaram afastando os torcedores dos locais marcados.

Fábio Wolff, especialista em marketing esportivo, destaca as dificuldades deste tipo de modelo em competições na América do Sul.

– Modelo de final única na Europa funciona bem, porque há vários países que possuem estádios de qualidade, rede hoteleira e malha aérea gigantes. Na América do Sul, a estrutura não é a mesma e quem acaba pagando essa conta é o torcedor, que quer ver o seu time e muitas vezes não tem uma oferta de voos grande e nem um número de hotéis razoáveis, e tudo acaba ficando muito caro – destaca.

Em agosto de 2022, durante assinatura de acordo com o governo do Equador para o país ser sede da final da Libertadores-2022 masculina, em Guayaquil, Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol, deu a seguinte declaração:

– As finais da Libertadores eram uma guerra, uma guerra. E hoje são festa.

Na ocasião, Dominguez negou que o objetivo de promover a final única no continente sul-americano fosse para copiar eventos do porte do Super Bowl, organizado pela NFL, ou a própria NBA e a Champions League.

– Um dos nosso pilares é fazer justiça, e não somente justiça na organização, mas justiça desportiva. Mas notamos que no sistema anterior, ida e volta, de cada dez finais, sete eram vencidas pelo time que fazia como mandante o segundo jogo. Em algum momento podemos ter o país anfitrião da final única com um time em campo, mas o certo é que teremos 90 minutos, ou 120 e depois penais, para se decidir e não terá segunda oportunidade aos participantes, não haverá o que esconder. E o crescimento desse jogo foi grande, é um sucesso – declarou.

Da parte técnica, Sandro Orlandelli, Membro da UEFA Academy, entende que os benefícios são maiores.

– A final única tem como propósito trazer emoção e mais importância para o evento, e também o nível de pressão é muito maior. Isso ajuda, na minha opinião, a fazer com que o favorito tenha uma chance menor do que normalmente ele teria se fossem dois jogos, fazendo com que traga mais emoção e maior possibilidade de qualquer uma das duas equipes serem campeãs. É uma forma de preparação diferente para um jogo como esse, precisa ter muita estratégia, muita organização, muito preparo mental e eu acho muito interessante que siga esse modelo que é feito na Europa – explica.

Boca Juniors e Fluminense se enfrentam na final da Conmebol Libertadores no dia 4 de novembro, às 17h (de Brasília), no Maracanã. Como a final é em jogo único, quem vencer, é campeão. Em caso de empate a decisão vai para a prorrogação e, se persistir a igualdade, pênaltis.

Cavani é uma das esperanças de gol do Boca Juniors contra o Fluminense — Foto: Alexandre Schneider/Getty

Cavani é uma das esperanças de gol do Boca Juniors contra o Fluminense — (Foto: Alexandre Schneider/Getty)

Arivaldo Maia com João Vitor dos Santos – Redação do ge –  Rio de Janeiro