Lizandro Rêgo cita que dívida do clube na recuperação judicial está em R$ 10 milhões.
A discussão sobre uma provável implantação da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) no CSA vai dividindo opiniões entre os conselheiros. Por um lado, há quem defenda a adesão ao novo modelo de imediato, caso do próprio presidente do clube, Rafael Tenório.
Em outra vertente, existe quem pensa diferente. Conselheiro azulino, Lizandro Rêgo conversou ontem com o ge sobre o assunto e deu sua opinião.
– Eu, como sempre fui do mundo privado, gosto muito da palavra profissionalismo, que geralmente está sendo atribuída à SAF. Vejo com muitos bons olhos essa chegada da SAF no futebol brasileiro, e, particularmente, eu sou favorável a esses modelos de gestão mais profissionais, mais transparentes que as SAF’s vão adotar – afirmou, fazendo uma ressalva em relação ao CSA:
– Agora, exclusivamente falando de CSA, eu não vejo com bons olhos nesse momento. Por uma série de motivos: primeiro, porque eu acho que o CSA é uma marca muito forte e hoje está desvalorizada porque está na Série C. Então eu acho que é muito mais plausível você trabalhar essa marca, levar ela de novo ao ápice, que é a Série A, ou ao menos uma Série B, e aí, sim, você vai vender o seu produto valorizado e vai vender mais caro.
Lizandro citou clubes brasileiros que seguiram essa linha de raciocínio e resgataram seu potencial.
– Foi o que fez o Vitória, e, recentemente, o presidente do Athletico declarou que vai iniciar esse processo. O presidente do Vitória declarou no ano passado que recebeu várias propostas, mas não iria vender porque não ia vender o time na baixa. Ia trabalhar pra colocar o time na (Série) A e aí, sim, pensar em venda. O presidente do Athletico, o Petraglia, que foi muito crítico da SAF, deu recentemente uma entrevista dizendo que o Athletico agora chegou no topo, agora está na hora de se discutir SAF.
O conselheiro entende que o CSA, aprovando uma SAF neste momento, vai ser vendido com um preço desvalorizado.
– Então eu penso da mesma maneira pro CSA. Hoje, o CSA está em baixa, está numa Série C, mas não é time de Série C, é time muito acima disso. E aí, sim, você resgatar o CSA, levar ele aos patamares que deve estar e começar a discutir SAF com um valor satisfatório.
“Porque, hoje, é desvalorizar o CSA, vender ele barato. E nesse momento, eu não sou favorável à SAF no CSA.”
Lizandro Rêgo reconhece o momento de dificuldade financeira que o clube atravessa, inclusive com um processo de recuperação judicial, mas garante que o CSA tem plenas condições de se recuperar financeiramente.
– O CSA está em RJ (recuperação judicial), é bem verdade, mas o que foi declarado na RJ foi pouco mais de R$ 10 milhões em débito. Isso, pelas receitas que o CSA obteve nos últimos anos, a gente vê que é facilmente equacionável num curto espaço de tempo. Então o CSA não precisa desse desespero, não precisa entrar nesse oba-oba. Por isso que eu não concordo com a venda da SAF nesse momento. Acho que a gente deveria trabalhar mais, organizar a casinha, subir, ao menos, pra uma Série B, e aí começar a discutir isso.
Arivaldo Maia com Redação do ge – Alagoas