Cogitado na Seleção, Luis Enrique é criticado por Felipão: “Ganhou o quê?”
   23 de janeiro de 2023   │     21:00  │  0

Luis Enrique desolado com eliminação da Espanha no Catar — Foto: Reuters

Luis Enrique desolado com eliminação da Espanha no Catar — (Foto: Reuters)

Luiz Felipe Scolari acredita que um treinador sul-americano é mais viável do que um europeu. Atual diretor do Athletico, Felipão foi campeão mundial em 2002 e quarto colocado em 2014.

Pentacampeão do mundo em 2002, Luiz Felipe Scolari criticou o treinador espanhol Luis Enrique. Ele é um dos nomes cotados para substituir Tite no comando da seleção brasileira.

Segundo jornais espanhóis, o ex-treinador da Espanha na Copa de 2022 agrada ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues. Carlo Ancelotti, do Real Madrid, é outro candidato.

Diretor do Athletico, Felipão foi contra a chegada de Luis Enrique e ignorou os títulos dele pelo Barcelona entre 2014 e 2017. A declaração aconteceu em evento de um patrocinador do Furacão, na noite de sexta-feira.

Ganhou o quê? Tem que ter desempenho. É muito bom, mas perdeu tudo. Que muito bom é esse? Mourinho ganhou. Eu acho que seria mais fácil contratar um sul-americano do que um europeu.

Na Espanha desde 2018, o treinador de 52 anos foi demitido após a Copa do Catar. A Fúria caiu nas oitavas de final para o Marrocos, nos pênaltis. No período, ele promoveu um trabalho de renovação e chegou às semifinais da Eurocopa (2020) e Liga das Nações em duas das três edições que disputou.

Em clubes, Luis Enrique conquistou a Champions League (2014-15), Mundial (2014), La Liga (2014-15 e 2015-16), Supercopa da Europa (2015), Copa do Rei (2014-15, 2015-16 e 2016-17)) e Supercopa da Espanha (2016-17) – todas pelo Barcelona.

Recentemente, Felipão aprovou o português Abel Ferreira, do Palmeiras, para ser o treinador do Brasil. Em três temporadas no futebol brasileiro, ele conquistou o Brasileirão, duas Libertadores, uma Copa do Brasil, uma Recopa Sul-Americana e um Campeonato Paulista.

Scolari anunciou a aposentadoria como treinador em 2022 após ser vice da Libertadores e classificar o Athletico para a fase de grupos da competição sul-americana, com o sexto lugar na Série A. Atualmente com 74 anos, é diretor-técnico do Furacão.

Bicampeão brasileiro e da Libertadores, tetracampeão da Copa do Brasil e campão mundial em 2002, Scolari acumula 27 títulos na carreira e é um dos principais treinadores da história do futebol brasileiro.

Foram mais de 40 anos na carreira como técnico, com passagens por 18 clubes e sete seleções, trabalhando em sete países. Ao todo, esteve em quase 1.700 jogos e conquistou mais de 800 vitórias. A última grande conquista aconteceu em 2018, no título do Brasileiro pelo Palmeiras.

Pela seleção brasileira, Felipão conquistou a Copa do Mundo de 2002 e ficou em quarto lugar na Copa de 2014 – marcada pela derrota por 7 a 1 para a Alemanha, na semifinal, no Mineirão. Já no Mundial de 2006, também ficou na quarta posição, dessa vez por Portugal.

Alemanha 7×1 Brasil

– Em jogos eliminatórios, quando comete um erro e resulta em gol, muda a mentalidade. Erramos no primeiro, tomamos o segundo e, quando sai a bola, a Alemanha faz o terceiro. Foi uma pane geral. Não sabíamos mais o que fazer, nos encontrar. Não tínhamos mais coordenação para nada. E a Alemanha acertou tudo. Qualquer chute era gol. O anormal foi sofrer sete gols em umas nove finalizações. É um recorde de qualidade que não existe em seleções. Não adianta colocar o dedo para esse, para aqueles. Todos nós fomos culpados. De 2002 até 2022, só fomos quarto em 2014. Fui mal, tomei sete gols e ainda fiquei em quarto. Não dá pra ser tão ruim sendo quarto, mas ficou a pecha. Quem não sofreu um 7 a 1 na vida? Depois conquistei títulos na China, título no Palmeiras e tive uma passagem ótima no Athletico. Tem que saber se levantar e eu não aceito derrotas. Nunca vou apontar um culpado.

Treinadores brasileiros

– Nós não somos entrosados entre nós. Cada um tem inveja do outro. Nenhum troca ideia com o outro sobre a forma de jogar. O que fiz com o Geninho para a Copa de 2002, ninguém faz mais. Parece que é vergonha perguntar o porquê se joga assim. Temos boa qualidade, mas antigamente nós formavámos mais técnicos do que na atualidade. A nova geração ainda não está fixa, não ganha títulos suficientemente para ser inconstestável. Agora deve surgir uma safra boa de 2025 para frente, com gente de maior conatação.

Treinador estrangeiro na seleção

– Eu posso dirigir outras seleções, mas eles não podem? Se eles têm mais qualidade, tem que ser nosso treinador. Eu acho que seria mais fácil contratar um sul-americano do que um europeu.

Arivaldo Maia Redação do ge — Curitiba