Análise: apesar de time desfigurado, saideira reforça pontos de atenção para montagem do Flamengo 2022

   Arivaldo  Maia  │     13 de dezembro de 2021  

 

│     4:00  │  0

Bruno Viana jogou muito mal em sua última partida pelo Flamengo — (Foto: Gilvan de Souza/Flamengo)

Bruno Viana encerra passagem pelo clube com atuação muito ruim, e Vitor Gabriel chega a 22 jogos e nenhum gol com a camisa rubro-negra.

Com um time completamente desfigurado, a esperada derrota aconteceu em Goiânia. O Atlético-GO venceu por 2 a 0 e foi pouquíssimo ameaçado pelo Flamengo. Não dava para ter muita expectativa em cima de uma equipe desentrosada e recheada de garotos, mas o jogo ratificou algumas conhecidas carências rubro-negras para a montagem do elenco que disputará a próxima temporada.

É urgente a contratação de zagueiros que tenham condição de substituir Rodrigo Caio e David Luiz, de um centroavante que faça gols para jogar nas constantes ausências de Gabigol e Pedro e de um armador que deixe a torcida minimamente tranquila durante a corriqueira lacuna provocada pelas convocações de Arrascaeta.

De positivo em campo talvez só a atuação do lateral-direito Wesley, que correu muito e mostrou inteligência em lances difíceis. Deu lindo passe de primeira para André Luiz e um longo lançamento para Lázaro no primeiro tempo. Ambos não aproveitaram porém.

Na etapa final, voltou a mostrar boa infiltração e poder de recuperação. Num lance de muita esperteza e concentração, desarmou Rickson na entrada da área como quem tira um doce de uma criança.

De apenas 18 anos (completos em 6 de dezembro), Wesley foi contratado ao Atlético Tubarão-SC em abril e assinou contrato válido até dezembro de 2023. Apesar de muito novo, a primeira impressão no time profissional foi bastante positiva.

Com Lázaro, noutro momento apontado como joia principal de uma nova fornada de talentos, o panorama foi diferente. Se até conseguiu fazer um segundo tempo razoável depois de uma primeira etapa muito ruim, sua postura em campo não parece a de alguém que aguarda a oportunidade da vida.

Ainda é pouco participativo e dificilmente tenta um lance de desequilíbrio. Aos 19 anos, não consegue repetir a volúpia que Vinicius Júnior, Paquetá e Reinier mostraram recentemente. Como é muito jovem, ainda vale aguardar, mas o saldo até o momento não é positivo.

Quem terminou em baixa mesmo foi Vitor Gabriel, que chegou a 22 jogos e nenhum gol como profissional. Não bastasse o fato de ainda não ter desencantado aos 21 anos – só foi às redes pelo time B do Braga, de Portugal, no período em que lá esteve por empréstimo -, preocupa também o nível de suas atuações. Promissor na base, nunca justificou a fama no time de cima.

Contra o Atlético-GO, mais uma vez brigou com a bola, como num lance ainda no primeiro tempo, quando Lázaro tentou tabelar com ele. Na etapa final, não aproveitou na pequena área rebote em chute dado também por Lázaro. Tocou fraquinho e facilitou as coisas para Fernando Miguel.

Com Gabigol e Pedro no radar de Tite e cartões e lesões que podem acontecer, o Flamengo precisa de uma terceira opção para a camisa 9. Vitor Gabriel, nas sete oportunidades que teve em 2021, não aproveitou. Maurício Souza até tentou encontrar razões para o momento ruim do pupilo, mas preferiu dar apoio a um atleta que treinou no sub-20.

– Eu não entendo por que ele rendeu tão pouco. Foi o meu atleta no Sub-20, toda vez que ele ficava muito tempo sem atuar tinha dificuldade em voltar ao ritmo. Hoje ele foi extremamente sacrificado. Jogou isolado no bloco baixo e teve dois garotos ao seu lado que se entregaram ao máximo. Ele correu para um lado, para o outro e lutou. Ele sabe que precisa melhorar em alguns aspectos, está motivado, não deixa de trabalhar, é profissional. A gente convive todos os dias. Vir aqui e criticar o atleta é muito difícil para nós até porque sentem muito mais que a gente. Ele sempre terá meu apoio independente do que jogou hoje ou não porque sei que ele é um atleta que está dando o seu melhor.

 

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