Brasileirão — (Foto: Infografia)
Segundo carta da Codajas Sports Kapital, associações podem embolsar US$ 1 bilhão em troca de até 25% sobre a liga. Acordo estabelece algumas obrigações e enfrenta oposição nos bastidores.
Dirigentes de 18 clubes assinaram um termo com a empresa liderada pelo advogado Flavio Zveiter, denominada Codajas Sports Kapital, no qual se comprometem a avançar em assuntos ligados à liga de clubes.
Entre participantes da primeira divisão em 2021, cinco ainda não assinaram o acordo: Athletico-PR, América-MG, Fluminense, Juventude e Sport. Todos os outros confirmaram a participação.
Recapitulando: em junho deste ano, cartolas manifestaram o interesse de fundar uma liga para a organização do Campeonato Brasileiro e, mais importante, para vender suas propriedades comerciais.
Ainda naquele mês, dirigentes receberam representantes de três empresas interessadas em cuidar da operação da liga. A Codajas, de Zveiter, era uma delas. O assunto então esfriou nos bastidores.
Agora, a proposta volta a avançar com a assinatura deste termo. Ele é um documento “não vinculante”, ou seja, não gera nenhuma obrigação para os clubes envolvidos. Caso seus dirigentes queiram recusar o que for oferecido posteriormente, têm esse direito preservado.
Ao mesmo tempo, o acordo gera obrigações para os clubes:
Clubes se comprometem a não vender nenhum direito de transmissão ou comercial relacionado ao Campeonato Brasileiro para o período posterior a 2024, durante os próximos dois meses
Clubes concordam em ceder informações necessárias para a realização de um “valuation” (valoração da liga de clubes a ser fundada). Isso determinará a entrada de um parceiro
Clubes cedem à Codajas Sports Kapital o direito de cobrir propostas financeiras, por período pré-determinado de um ano, caso concorrentes apareçam com ofertas diferentes.
De onde vem a resistência
Mario Celso Petraglia, responsável pelo Athletico-PR, é a principal voz dissonante ao projeto capitaneado por Flavio Zveiter. O dirigente não assinou o termo e tem dito nos bastidores que não assinará. Ele busca alianças entre cartolas da Série B para formar um grupo de oposição.
Segundo interlocutores consultados pela reportagem, Petraglia tem o receio de que esse acordo, com a Codajas, impeça negociações com outras empresas interessadas em operacionalizar a liga. Além disso, ele teme que os valores estimados estejam subvalorizados.
Blog com Rodrigo Capelo – Redação do GE – Barcelona, Espanha