Renúncia de Milton Bivar gera incertezas e inflama bastidores do Sport
   15 de junho de 2021   │     17:30  │  0

Lideranças políticas do clube se reúnem, de maneira informal, para decidir quem assumirá o clube com a saída do mandatário; vice-presidente do Conselho Deliberativo explica cenários.

A atenção rubro-negra não está mais na bola, somente. Há um jogo sendo jogado nos bastidores do Sport desde a noite de segunda-feira, quando o presidente do clube, Milton Bivar, divulgou, na imprensa, uma carta de renúncia. Anúncio que, pouco mais de dois meses depois, reabriu o processo eleitoral mais acirrado da história do clube, com as suas divergências e polêmicas, ataques e feridas.

Oficialmente, Milton Bivar não entregou a carta ao Conselho Deliberativo. Promete fazê-lo nas tarde de ontem. Garante que não volta atrás. Está convicto da decisão, tomada em razão de questões de saúde pessoal e, de acordo com o comunicado, por questões de “ordem política, com o clube dividido, palanques não desarmados com críticas diárias.”

Divisão, palanques e críticas que voltam à tona na Ilha do Retiro. Antes mesmo da oficialização da renúncia de Milton Bivar, lideranças políticas do clube se reuniram, de maneira informal, para decidir como acontecerá a sucessão – ou seja, quem assumirá o clube com a saída do presidente.

A reunião segue em andamento durante a tarde desta terça-feira, mas ainda não há definição sobre qual será o próximo passo, segundo o vice-presidente do Conselho Deliberativo, Gustavo Oiticica. O mandatário, no entanto, adianta os dois cenários vistos como possíveis pelo órgão rubro-negro.

– Se a renúncia for só do presidente, será convocado pelo vice-executivo uma eleição geral. Se o presidente e o vice renunciarem, será convocada pelo Conselho uma eleição que será feita pelos membros do Conselho. Nesse caso, seria a eleição para o presidente e vice-executivo até o final do mandato, que poderão se candidatar membros do Conselho ou associados.

Eleição: direta ou indireta?

Apesar de o art. 70 do Estatuto atribuir à Assembleia Geral a competência para eleger o presidente executivo, há lideranças rubro-negras que defendem a realização de eleições indiretas.

A base da argumentação está na ausência da palavra “direta” nos artigos que tratam do pleito. Defendem, no caso, que o sucessor de Milton Bivar deve ser escolhido em uma eleição realizada com a participação dos conselheiros: somente eles votariam.
Interpretação rechaçada pelos candidatos derrotados na eleição realizada há pouco mais de dois meses.

Blog com Redeção do ge – Recife