Rei do Acesso, Givanildo busca clube, mas planeja aposentadoria para o fim do ano
   29 de maio de 2021   │     20:00  │  0

Último trabalho em Pernambuco: o Santa Cruz, em 2017 — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press

Último trabalho em Pernambuco: o Santa Cruz, em 2017 – (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)

Há mais de dois anos sem trabalhar, técnico quase assumiu o América-RJ no início da temporada, mas faltou o acordo financeiro: “Esperei um pouquinho e fui ao banco. Cheguei lá, bati, nada. Zero”.

São mais de dois anos com saudade do trabalho. O técnico Givanildo Oliveira não esconde o incômodo pelo tempo longe do futebol. O último clube treinado por ele foi o América-MG, em 2019. Desde a demissão, bola rolando só pela TV. O tempo afastado o faz pensar em aposentadoria, embora mantenha viva a esperança de voltar a trabalhar aos 72 anos.

– Eu ainda tenho esperança que apareça algum time pra trabalhar. Eu não vou dizer que não espero. Eu estou com 72 anos, mas eu me cuido, estou inteiro e lúcido. Mas eu estou achando que com o avançar do tempo está ficando mais difícil.

O período afastado do futebol, no entanto, não é por falta de propostas. Segundo o treinador, houve convites de clubes da Paraíba e do Rio Grande do Norte, todos recusados por falta de um acerto financeiro.

E foi também a parte financeira que o impediu de assumir o América-RJ, em janeiro deste ano. Givanildo chegou a ser anunciado pela equipe carioca, mas desistiu do acerto um dia antes da viagem para o Rio.

“Ligaram, acertamos valor, me passaram o que estava acontecendo lá no campeonato e daí houve um acerto financeiro. ‘Quanto vocês me dão?’ Disseram o valor deles, eu disse o meu. ‘Tá fechado? Tá’ Só que, quando foi à noite, eu esperei um pouquinho e fui ao banco. Cheguei lá, bati, nada. Zero (não haviam depositado o valor)”.

Aí falei com quem tinha entrado em contato e disse que tinha alguma coisa errada. Eu fui no caixa e não tinha o depósito. Eles disseram: ‘Não, quando o senhor chegar aqui a gente vê isso’. Então não vou, não. E esse foi o motivo. Eu não fui.
“Meu limite, hoje, é até dezembro”

Givanildo Oliveira é conhecido como o Rei do Acesso pelas seis vezes que conseguiu fazer o clube que dirigia subir de divisão. Foram cinco da Série B para a Série A, uma da Série C para a Série B. Além disso, é atualmente o treinador com mais títulos estaduais no Brasil, com 18 conquistas.

Ele mora na cidade de Olinda, em Pernambuco, onde segue esperando o telefone tocar com uma proposta de trabalho. Em paralelo à espera, faz planos para a aposentadoria. A ideia do técnico é dar adeus ao futebol no fim deste ano, se o cenário atual se mantiver.

Chegou o final do ano e não apareceu nada, parei. Até agora, eu não me sinto parado. Tenho força pra trabalhar, gosto do que eu faço, estou sentindo saudade do meu trabalho, mas tudo tem sua hora. Você não pode querer passar do limite, não. Meu limite, hoje, é até dezembro.

Enquanto aguarda um clube (ou aposentadoria), Givanildo de Oliveira curte sua casa em Olinda — Foto: Diogo Marques

Enquanto aguarda um clube (ou aposentadoria), Givanildo de Oliveira curte sua casa em Olinda – (Foto: Diogo Marques)

Blog com Diogo Marques – ge.globo