Clubes temem corte imediato de verbas da TV e de torneios se futebol parar
   18 de março de 2021   │     23:30  │  0

Os clubes pressionam CBF e federações pela não paralisação do futebol com a piora da pandemia porque temem o congelamento do repasse de cotas de participação em campeonatos e de parcelas dos contratos de direito de transmissão.

Em recente reunião virtual, os cartolas da CBF ouviram que dessa vez será uma “quebradeira geral” se houver corte nesses pagamentos. Há preocupação em duas frentes: as parcelas de direito de transmissão dos Estaduais, torneio disputado neste momento, e nas cotas de participação em competições como Copa do Brasil, Libertadores e Sul-Americana, que geram depósitos pontuais a cada avanço de fase — e que no ano passado tiveram valores adiantados pelas entidades.

Em 2020, a Globo, que na época detinha o direito dos principais Estaduais, congelou o pagamento durante a maior parte da paralisação, que durou de março a junho e julho. Aos poucos foi liberando as parcelas, até os torneios acabarem. Para 2021 novos acordos de direitos de transmissão assinados para os Estaduais por emissoras e empresas de streaming preveem a “cláusula covid”, batizada assim porque coloca no papel que em caso de paralisação por causa da pandemia o repasse será interrompido ou diminuído.

É o caso, por exemplo, do acordo da TV Record para o Campeonato Carioca. No ano passado, os clubes demoraram mais a receber cotas por desempenho em campeonatos. A Copa do Brasil, que normalmente termina em setembro, quando todos os clubes já receberam tudo e que para o campeão rende mais de R$ 50 milhões, em 2020 só acabou em março de 2021, ou seja, seis meses depois do que o usual, o que atrasou em meio ano o pagamento de toda a quantia milionária.

Blog com Marcel Rizzo/Colunista do UOL