Chamusca diz que má gestão afasta treinadores
   25 de novembro de 2020   │     15:00  │  0

Se hoje no Brasil os treinadores ainda buscam estabilidade para trabalhar, longe das terras canarinhas o brasileiro Pericles Chamusca, que faturou a Copa do Brasil com o Santo André e passou por clubes como Coritiba, Botafogo, Goiás entre outros, encontrou a tranquilidade necessária para desenvolver seus projetos. Aos 55 anos, ele comanda o Al Faisaly, da Arábia Saudita, pela terceira temporada seguida e já soma recordes à frente do clube.

No último campeonato, o time de Chamusca chegou ao maior número de pontos já conquistados em uma edição da liga saudita e atualmente, em quinto lugar na tabela de classificação, briga por uma vaga na Champions da Ásia, mesmo com um orçamento mais modesto em relação aos grandes clubes do país.

“Cheguei no Al Faisaly na situação de tirar do rebaixamento, fizemos uma campanha muito boa dentro da expectativa do primeiro ano. Nós terminamos em sexto. Ficamos em uma posição inédita para o clube. No segundo ano ficamos em quinto lugar e agora a ideia é ficar entre os quatro e classificar a equipe para a Champions da Ásia”.

Eu já tinha trabalhado no Catar por três anos, cheguei aqui e a cultura é parecida, então foi rápida a minha adaptação. Em relação ao futebol, aqui na Arábia Saudita o cenário é muito mais parecido com o Brasil, temos muitos torcedores, estádios cheios, um cenário de grande competição. O Catar tem 75% da população estrangeira, eles têm dificuldade de colocar torcedor no estádio. Aqui é grande, populoso, tem muito mais jogadores, jovens em formação e isso facilita o desenvolvimento do futebol.

Já existem dados, informações mostrando que troca de treinador assim é desfavorável para os clubes, questões financeiras, descontinuidade de trabalho. O que tem acontecido no Brasil é transferência de responsabilidade, sempre o treinador assina a conta. Esse formato parece que acalma naquele momento, tira a pressão da diretoria, mas de uma certa forma você joga o lixo para baixo do tapete. Todo processo termina sendo negativo para o futebol, isso é um ponto que o Brasil vai ter que evoluir em termos de gestão para que a gente consiga evoluir de maneira profissional. O Brasil tem que andar.

Blog com GOAL