Desempregado, Givanildo lamenta não ter o que fazer
   19 de setembro de 2019   │     0:04  │  0

Técnico Givanildo Oliveira durante entrevista — Foto: Reprodução

Um dos treinadores mais vitoriosos do Brasil está sem trabalho há quatro meses. Para ele, longos quatro meses. Givanildo Oliveira, (foto acima/Reprodução), conhecido como o Rei do Acesso, está sem clube desde que deixou o América-MG, em maio, após seis meses à frente do Coelho. Apesar da experiência, o técnico, de 71 anos, se incomoda com o período de inatividade e não esconde a ansiedade para voltar ao comando de algum clube.

– Incomoda porque você acostuma a acordar de manhã e ir para o campo. Não é só o jogo, também tem os treinamentos, o dia a dia. Isso tudo é diferente de acordar e não ter aquilo. Tem algumas coisas para fazer, graças a Deus eu tenho. Uma caminhada, vou ao banco… Mas à tarde é o pior que tem. Até meio-dia, uma hora, faz o que tem que fazer e depois não tem mais nada para fazer.

Givanildo mora em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, e o tempo de férias forçadas em casa tem feito o treinador pensar num assunto que ainda é delicado para ele: aposentadoria. Embora planeje trabalhar por pelo menos mais dois anos, tem tido, frequentemente, conversas com família sobre o dia de abandonar o futebol.

– Eu ainda vou trabalhar dois ou três anos. Aí eu acho que é a hora de parar. Mas eu ainda aguardo e penso em trabalhar, sim, se aparecer algum clube querendo. É claro que falo com a família (sobre largar o futebol). Nós, treinadores, temos essa gana de trabalhar até onde der.

Sempre que fala sobre o desejo de voltar ao futebol, Givanildo faz questão de se mostrar ciente da dificuldade de assumir uma nova equipe. Segundo ele, o mercado brasileiro recebe muitos novos treinadores a cada ano, o que diminui a procura por nomes mais experientes. Mas o cenário desfavorável não tira a esperança do técnico pernambucano.

– É complicado porque todo ano, no Brasil, aparecem pelo menos uns dez treinadores novos e os clubes são os mesmos. Mas eu tenho fé. Acredito muito naquele lá de cima. Se não aparecer (algum clube), não tem o que fazer. Eu tenho que estar conformado com isso.

Givanildo Oliveira é técnico há mais de 35 anos. A carreira dele é marcada por inúmeras passagens vitoriosas em clubes do Norte e Nordeste, além do América-MG. O apelido de Rei do Acesso se deve aos seis acessos de divisão que conquistou com Sport, Santa Cruz, Paysandu e América-MG (pelo qual subiu de divisão três vezes).

Blog com Globo Esporte