Sampaoli é oitavo técnico estrangeiro a vir para o Brasil
   17 de dezembro de 2018   │     12:15  │  0

Contratado para treinar o Santos em 2019, Jorge Sampaoli teve recepção de camisa 10 – centenas de torcedores ocuparam o Aeroporto de Guarulhos para celebrar a chegada do argentino. A alta expectativa em torno de técnicos estrangeiros não é exclusividade dos santistas, ela se tornou recorrente no país depois do fatídico 7 a 1. O hermano é o oitavo gringo a tentar a sorte na máquina trituradora de trabalhos do futebol brasileiro, desde que a Alemanha deixou sua marca quatro anos atrás.

A goleada sofrida na semifinal da Copa do Mundo caiu como uma bomba sobre a reputação dos técnicos brasileiros, representados na época por Luiz Felipe Scolari. Desde então, os clubes da Série A abriram suas portas para treinadores de fora e suas ideias de jogo supostamente mais avançadas.

O problema é que, no país, o treinador que fala outra língua está submetido aos mesmos problemas que os brasileiros conhecem de cor – calendário inchado, falta de tempo para treinar e recuperar fisicamente os jogadores, impaciência para a implementação do trabalho diante de resultados iniciais ruins. Resultado: desde o 7 a 1, apenas um título foi conquistado, o Campeonato Gaúcho de 2015, por Diego Aguirre, à frente do Internacional.

Outro detalhe: a pressa não dá tempo de o treinador estrangeiro se adaptar ao próprio futebol praticado por aqui. Dos nove técnicos estrangeiros que trabalharam à frente de equipes da Primeira Divisão, o que teve mais tempo no cargo foi Aguirre, oito meses no Inter, em 2015, e os oito meses que passou pelo São Paulo este ano.

De todos os treinadores estrangeiros que chegaram ao Brasil depois do 7 a 1, Sampaoli é o que tem a carreira mais relevante. Foi campeão da Copa América pelo Chile, campeão da Copa Sul-Americana pelo Universidad de Chile e ainda treinou o Sevilla, da Espanha, e a seleção da Argentina na Copa do Mundo da Rússia. Por pouco não antecipou a decepção brasileira no Mundial de 2014 – à frente do Chile, fez jogo duríssimo contra o Brasil nas oitavas de final e caiu apenas na disputa de pênaltis.