Brasil é derrotado pela Bélgica e deixa ruir o sonho do hexa
   7 de julho de 2018   │     0:05  │  0

Jogadores da seleção lamentam
Jogadores da seleção lamentam (Foto: TORU HANAI / REUTERS)

 

Kazan – A seleção está fora da Copa da Rússia. Volta para casa derrotada pela Bélgica por 2 a 1 em Kazan e assombrada por um defeito que marcou toda a campanha no Mundial: a dificuldade em transformar as chances criadas em gol. Gabriel Jesus e suas maçãs do rosto saltadas talvez entrem para a história como a face dessa deficiência, mas o camisa 9 não foi o único a falhar no momento decisivo. Quando a seleção precisou, errou a pontaria. Foi assim desde o primeiro jogo, contra a Costa Rica.

A equipe de Tite arruma as malas rumo às férias antecipadas como a que mais finalizou na Copa até o momento – nada menos que 103 chutes a gol. Por outro lado, vai embora apenas com o sexto ataque mais positivo. A Bélgica, a segunda que mais chutou, soma 85. Somente em Kazan, foram 26 tentativas do Brasil de vencer Curtois. Apenas uma entrou e, justiça seja feita, o goleiro belga também tem seu mérito. Pegou muito contra os brasileiros, deixou o recado que somente uma bola indefensável entraria.

Foi o que aconteceu na cabeçada de Renato Augusto, aos 30 minutos do segundo tempo. Antes dele, um caminhão de oportunidades já haviam sido desperdiçadas. Depois dele, o próprio camisa 8 e Philippe Coutinho falharam com a faca e o queijo na mão. Mas talvez o gol mais certo foi tirado da seleção, quando a arbitragem, mesmo com a interferência do VAR, ignorou o pênalti de Kompany em Varane.

Os belgas, por sua vez, foram muito mais precisos, especialmente no primeiro tempo. Ganharam um gol contra de Fernandinho, o pior em campo, ainda no começo do jogo, quando os primeiros sinais davam a entender que o Brasil era levemente superior. Aproveitaram o duplo fair play brasileiro, que não parou com falta o contra-ataque puxado por Lukaku e ainda por cima a assistência acidental de Paulinho para Kevin de Bruyne ampliar a vantagem.

Os quatro parágrafos acima sem citá-lo talvez seja o melhor termômetro do que foi a participação de Neymar na partida. O camisa 10 tentou chamar a responsabilidade, como sempre, mas foi apenas apagado. Errou mais do que acertou, reclamou e fez menos cera do que o costume, até porque corria contra o tempo. Só faltou ser genial como não foi nessa Copa e nem na primeira que disputou. Chegará ao Catar com 30 anos e ainda em busca do primeiro título mundial pelo Brasil.

A dúvida que é fica é sob o comando de quem. Tite, grande responsável pela classificação brasileira para a Copa do Mundo e unanimidade até agora, tem contrato com a CBF somente até o fim da Copa. Criticado pela insistência em Gabriel Jesus como titular, sai pouco arrancado da campanha na Rússia. Ainda assim, depois das expectativas criadas, fica a dúvida se a entidade vai resistir ao ímpeto por mudanças pós-derrotas tão comum do futebol brasileiro.

Blog com EXTRA