Rússia intensifica preparação antiterror às vésperas da Copa do Mundo
   9 de maio de 2018   │     0:02  │  0

Um foguete é visto do lado de fora do Museu Espacial em Samara, cidade que sediará vários jogos do torneio de futebol da Copa do Mundo da Fifa de 2018 (Foto: Divulgação)

A prisão, na semana passada, de cinco integrantes de uma célula do Estado Islâmico pelas forças de segurança da Rússia, fez aumentar o alerta em relação ao risco de ataques por parte do grupo durante a Copa do Mundo. O terrorismo é considerado a principal ameaça ao torneio e exige uma mobilização sem precedentes para um evento esportivo. Nos últimos meses, informes dos serviços de inteligência da Rússia e da Europa apontam que os riscos de um atentado são “elevados”.

Os cinco presos na cidade de Yaroslavl, a Nordeste de Moscou, planejavam ataques em várias regiões e tinham um arsenal em seu poder. As autoridades não deram detalhes sobre possíveis alvos e datas.

Desde o ano passado, o Estado Islâmico já fez várias ameaças, usando imagens da Copa e de jogadores como Lionel Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar em seu material de propaganda. Perdendo a guerra na Síria graças ao apoio russo a Bashar Al Assad e vendo seu território diminuir de forma considerável, o grupo jihadista teria a Rússia como um de seus principais alvos.

Um dos informes que apontam nesta direção é do Escritório Federal da Polícia Criminal da Alemanha. O relatório indica um “risco elevado” de um ataque islâmico.

Além da motivação de revanche contra Vladimir Putin, outro aspecto é a grande presença de russos entre os combatentes estrangeiros que viajaram à Síria e ao Iraque para ajudar os jihadistas. De acordo com a consultoria Soufan Group, com base nos Estados Unidos, os russos estão entre as nacionalidades estrangeiras que mais engrossaram as fileiras do Estado Islâmico. Até o final de 2017, 3,7 mil deles teriam se juntado aos terroristas. Em 2015, eram apenas 2,5 mil.

O temor é que esses russos podem ter voltado para casa, com o objetivo de cometer um atentado em plena Copa.

No entanto, existem posições menos alarmistas. Maryia Omelicheva, professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade do Kansas (EUA), especialista em política externa russa e contraterrorismo, admite o risco, mas pondera que os anfitriões da Copa se prepararam para enfrentar, e vencer, o problema.

“A ameaça de terrorismo na Copa do Mundo é menor do que havia na Olimpíada de Inverno de Sochi (em 2014)”, comparou, em entrevista ao Estado. “A reputação da Rússia está em jogo e o governo usará toda a sua capacidade para garantir a segurança na Copa. E tem se mostrado bem preparado.”

Blog com Jornal do Brasil