Sem Maracanã, futebol do Rio vê número de sócios-torcedores despencar em 2016
   23 de maio de 2016   │     0:02  │  0

Os últimos dias não foram nada bons para o Flamengo. Vexame em campo, eliminação na Copa do Brasil e crise. Uma combinação que não costuma ser perdoada pela torcida. Só na semana passada, 547 flamenguistas abandonaram o programa de sócio-torcedor do clube. Mas a maré negativa não é exclusividade do programa rubro-negro. É um problema de quase todo o futebol do Rio. Sem o Maracanã e num ano de instabilidade econômica, os cariocas vem sofrendo com o êxodo de associados.

Com mais saídas que entradas, o Rio caiu da terceira para a quarta colocação entre os estados com mais sócios de clubes de futebol. Um movimento puxado pela dupla Fla-Flu, que, junta, perdeu 11 mil associados em 2016.

Tentativas de mudar o cenário não faltam. O Tricolor é quem tem se saído melhor. Criou uma modalidade cuja receita é destinada para a construção do Centro de Treinamento e conseguiu engajar os torcedores: já recuperou 113 este mês.

O Flamengo, por sua vez, contratou uma nova agência para gerir o programa, em fevereiro. Também promoveu um censo para conhecer melhor seu torcedor e identificar soluções. Além disso, tem investido em experiências exclusivas para sócios. Em vão.

— É um desafio nosso mostrar que os recursos do programa servem para o fortalecimento do time — admite o diretor de marketing rubro-negro, Bruno Spindel.

O Flamengo nega que a falta do Maracanã seja preponderante. Justifica que apenas 20% dos associados usam o benefício do estádio. Mas não é o que o torcedor diz:

— Sou servidor do estado, que não está pagando direito. Vejo que a receita com sócios não está sendo bem aplicada e não posso usar o benefício do Maracanã. Então, decidi não renovar — conta o professor Rodrigo Gonzalez.

São Paulo e nordestinos em alta

Se no Rio o cenário é longe do ideal, no Brasil como um todo os programas de sócio-torcedor seguem em crescimento. Apesar da crise financeira, foram registrados 53,4 mil novos associados. De todos os clubes que oferecem o serviço, é o São Paulo quem mais tem colhido frutos.

O clube registrou 16,7 mil novos sócios este ano. Em números absolutos, ele é o quarto maior (97,3 mil), atrás apenas de Corinthians (128,7 mil), Palmeiras (126,6 mil) e Inter-RS (112,7 mil).

Os nordestinos também estão em ascensão. Segundo o movimento “Por um futebol melhor”, que centraliza os dados do programa, 20% dos sócios que entraram em 2016 são torcedores de clubes da região.

Apesar de líder, o Corinthians tem motivos de sobra para se preocupar. É o segundo clube que mais perdeu associados no ano: 5,8 mil.

Blog com EXTRA