Destino de Marin nos EUA dependerá de sua colaboração com a Justiça
   1 de novembro de 2015   │     0:01  │  0

Ex-presidente da CBF, José Maria Marin, deixará a Suíça em horário e dia que não serão divulgados

Os EUA já anunciaram que José Maria Marin, ex-presidente da CBF que está preso na Suíça, será extraditado para o país para ser julgado por crimes de corrupção no escândalo chamada de FifaGate. Agora, o futuro do ex-dirigente de 83 anos está em suas próprias mãos. Se tiver a intenção de cumprir prisão domiciliar, já que tem residência no país, Marin deverá colaborar com a Justiça americana. Caso contrário, deverá enfrentar um longo processo.

Após a extradição, Marin deverá fazer um exame de corpo de delito e de saúde para ver em que condições ele se encontra. Depois falará de maneira não oficial com um juiz, o Ministério Público e seus advogados, para só então as oitivas oficiais acontecerem. Esses encontros anteriores ao início do processo serão de suma importância para que a Justiça americana veja o quanto Marin está disposto a colaborar.

“Se ele tivesse se apresentado no início, quando foi pedida sua prisão, a essa altura do campeonato ele já estaria em casa, mas agora que ele se recusou e houve a extradição, que custou tempo de investigação e dinheiro, pode ser que ele seja um pouco mais sacrificado até que consiga essa prisão domiciliar por conta disso. E a multa também, a fiança vai ser bem mais alta, e ele vai encontrar mais dificuldades porque ele não colaborou no início. Se ele resolver colaborar, esse processo poderá ser muito mais rápido”, disse a advogada Maristela Basso, especialista em direito internacional, em entrevista ao Portal da Band.

As opções de Marin nos EUA são basicamente duas. Ou ele colabora com a Justiça americana nas investigações e poderá até cumprir prisão domiciliar, ou declarar inocência e encarar todo o processo que corre contra ele. De acordo com Maristela, a vinda para o Brasil em ambas as hipóteses é praticamente impossível, já que os EUA são responsáveis agora por sua segurança e não poderiam fazer isso com ele fora do país. Se escolher pela segunda opção, mesmo com a agilidade da Justiça americana, o processo todo não deve durar menos do que cinco anos. Para advogada, mesmo com a idade avançada, o melhor a se fazer nesse momento é ajudar.

“A idade pesa, mas tudo vai depender de como ele negociar com as autoridades judiciárias americanas e como ele auxiliará, pois na Justiça americana pesa muito você não brigar com o sistema. Se eles chegaram até você é porque há provas, se pediram sua prisão não é um blefe. Então é melhor você fazer uma aliança com o sistema e mostrar que está disposto a prestar contas com a sociedade e quer reparar o que fez. Esse espirito é muito importante. Se ele mostrar que tem idade avançada e família no Brasil, mas que está disposto a reparar os erros e até porventura crimes que tenha cometido, que está disposto a pagar multas, quanto mais disposto ele estiver, melhor será para ele”, comentou a especialista.

Ao aceitar colaborar com a Justiça americana, José Maria Marin ficará vivendo nos EUA, pois “terá que ficar sobre proteção do país”. O ex-dirigente terá que mostrar que tem mesmo um bom poder de negociação com seus advogados, mas aos 83 anos, o antigo mandatário da CBF dificilmente voltará a pisar no Brasil.

 

Blog com Band Esportes