Ser filho de um ex-jogador de destaque pode abrir muitas portas no futebol, e a predisposição genética para o talento com a bola no pé pode passar de geração em geração. Mas um parentesco ilustre nem sempre rende só coisas boas para um garoto que está começando no esporte. Que o diga Giovanni Simeone, cujo pai é um dos principais treinadores do mundo e ex-capitão da seleção argentina. Hoje destaque do Sul-Americano Sub-20, “Gio” já teve que enfrentar muito bullying e desconfiança.
Artilheiro da competição de base com sete gols, o atacante teve que balançar muito a rede para superar os comentários maldosos de que ele só tinha uma chance porque era filho de Diego Simeone. Após passar quase toda a infância na Europa, enquanto o pai atuava por Inter de Milão, Lazio e Atlético de Madrid, o garoto nascido na Espanha finalmente passou a morar na Argentina em 2005, com 10 anos. Três anos depois, ingressava nas categorias de base do River Plate. O técnico do time principal? Era o papai.
Ser “filho do Cholo” foi um grande obstáculo no início para Gio, mas a sua resposta veio dentro de campo. Apesar de ser difícil se entrosar com os companheiros, que o viam como alguém com “vida fácil” e privilégios, o centroavante trabalhou duro e logo se transformou em goleador no time juvenil do River. Com apenas 15 anos, ele já era cobiçado por times europeus, e o River se apressou para renovar seu contrato com uma multa de US$ 20 milhões (pouco mais de R$ 50 milhões).
Na primeira temporada como profissional, marcou dois gols na campanha do título argentino de 2014 com o River. O bullying, então, estava superado, e o atacante encarou com bom humor o trote pelo qual passou no time principal: teve o cabelo cortado de forma, digamos, pitoresca pelos companheiros. A boa temporada foi recompensada com a chance de compor o grupo da seleção que se preparava para a Copa do Mundo – na Argentina, é comum levar jovens para treinar junto aos 23 convocados.
Blog com Terra Esportes