Luxa se diz incompreendido: “Tomei porrada da imprensa e da torcida”
   17 de janeiro de 2015   │     0:09  │  0

Wanderlei Luxemburgo  é um nome de respeito no futebol mundial

Wanderlei Luxemburgo é um nome de respeito no futebol mundial

Vanderlei Luxemburgo está confiante e com ânimo renovado em mais um início de temporada no Flamengo. O técnico rubro-negro é o astro da preparação do time no resort de luxo em Atibaia, interior de São Paulo. Porém, mesmo ocupado com a responsabilidade de comandar o clube mais popular do país, o treinador não esquece as origens e projetos.

Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, Luxa falou sobre o planejamento do Flamengo para 2015, elogiou a atual diretoria e a ex-presidente Patricia Amorim. Ele também não fugiu ao debate sobre recentes polêmicas da carreira. O plano de entrar para a política permanece, enquanto vinhos e jogos de pôquer ganharam espaço na resposta aos críticos.

“Sou um cara de vanguarda e sempre fui muito questionado. Falo desde 1991 sobre a situação do futebol carioca e continuamos atrás depois de todos esses anos. Tomei porrada da imprensa, da torcida e fui execrado. As pessoas não me entenderam, mas deram o devido valor com as mudanças. Virei piada para muita gente por bater na tecla do projeto. Depois da Copa do Mundo o tal projeto foi o ponto mais comentado. Fico feliz. Muitas coisas que falei estão acontecendo agora”, disse o consagrado técnico brasileiro.

Luxemburgo disse mais:

O Flamengo estava na UTI. Paramos de respirar por aparelhos, mas continuamos com água no pescoço e no hospital. Se bobearmos um pouco, já temos que levantar o nariz de novo. A diretoria recuperou bastante o clube. A credibilidade voltou. Isso é fundamental. O mercado de hoje acredita nas propostas do Flamengo.

Terminamos em décimo no Brasileiro de 2014 com um time que era lanterna e estivemos na semifinal da Copa do Brasil. Penso em chegar à decisão em 2015 e ficar entre os cinco primeiros do Brasileiro. Ganhar ou não ganhar é outra história. Mas no Carioca temos obrigação de chegar à semifinal e final. Não espero nada diferente disso. O objetivo principal é o de estarmos na Libertadores em 2016.

Só querem que eu seja técnico. Não posso ter investimento, empresa, nada… Sempre fui empreendedor. Gosto de jogar pôquer desde a época em que era atleta. Me detonaram por causa disso como se eu fosse um bandido. O Ronaldo [Fenômeno] pode ganhar R$ 100 mil em um torneio de pôquer, mas o Luxemburgo não pode. Já falaram que perdi R$ 1 milhão no jogo. Estaria quebrado se perdesse esse dinheiro a cada rodada. O pôquer virou algo pejorativo com o meu nome envolvido. Me chamaram de viciado. Isso não existe. O pôquer funciona como profissão para muitas pessoas. É um processo natural se tornar esporte e até chegar aos Jogos Olímpicos.

Gosto de tomar vinho e também viro cachaceiro para quem não gosta de mim (risos). Faço isso desde sempre. O vinho é uma bebida saudável, mas quando é comigo vira veneno. Não mudo o pensamento, mas são coisas complicadas de algumas pessoas no meio em que vivo. O meu humor continua.

A verdade é que Luxa é um técnico desejado por muitos e rejeitado por poucos. Conselheiro do Flamengo, pensa em ser presidente do clube do seu coração no futuro.