O que é mais alarmante: se atrasar por três minutos para entrar em campo para uma partida ou ofender um jogador de cor negra de forma racista? A Conmebol não tem dúvida e fica com a primeira opção. Para a entidade que comanda o futebol na América do Sul, o atraso é mais sério que a discriminação.
A diferença entre os dois problemas possui valor exato na avaliação da Conmebol, dois mil dólares.
O Cerro Porteño, do Paraguai, por exemplo, demorou três minutos para se apresentar no gramado em um jogo da Copa Libertadores-2013 e foi multado em 14 mil dólares. Já o Real Garcilaso, nesta segunda-feira, recebeu punição de 12 mil dólares depois de torcedores do time peruano terem imitado e feito gestos de macaco para o volante brasileiro Tinga, do Cruzeiro, durante confronto do dia 12 de fevereiro deste ano pelo mesmo torneio. A ‘indústria das multas’ nas competições sul-americanas, aliás, se tornou uma fonte de renda bastante atrativa.
A sanção aplicada pela Conmebol ficou bem aquém do barulho causado há pouco mais de um mês pelo escândalo de racismo. Na época, o presidente do Peru, Ollanta Humala, condenou os insultos e a presidenta do Brasil, Dilma Roussef, disse estar “fechada” com Tinga. O ministro dos Esportes brasileiro, Aldo Rebelo, entrou em contato e exigiu punições da entidade, que pediu calma e prometeu sanções pertinentes.
A Conmebol determinou apenas que o Garcilaso pague a multa de 12 mil dólares pelo incidente e avisou que se a cena se repetir, o estádio do clube será interditado.
Além disso, escreveu em comunicado no seu site oficial. “A Conmebol reitera seu compromisso de combater qualquer forma de discriminação e atos racistas em suas competições. Diante dessa prioridade, se reforçou a vigilância das equipes de arbitragem e dos delegados das partidas para advertir e denunciar esse tipo de infração.”
Blog com ESPN