A boa fase de Hernane no Flamengo é indiscutível. Responsável direto pela classificação da equipe para semifinal e final da Copa do Brasil, com três gols sobre o Botafogo e um em cima do Goiás, o centroavante não esconde a autoconfiança nem nas entrevistas, nem internamente. Se o assédio de torcida e imprensa fizeram o clube evitar a superexposição, internamente o camisa nove até brinca sobre uma possível convocação para a seleção brasileira. O alvo das provocações é o massagista Deni, do Flamengo e da seleção.
“Já chegou a minha convocação?”, pergunta o Brocador, provocando risadas no Ninho do Urubu.
Jogador querido por todos no elenco, Hernane tem liberdade para brincar com seus companheiros e com a comissão técnica, sem qualquer tipo de suspeita de salto alto. Pelo contrário. O atacante é incentivado por todos a manter a confiança para não deixar a boa fase passar. E ela já não é mais surpresa.
Os números não deixam mentir. São 32 gols na temporada, se tornando, ao lado de Magno Alves, o principal goleador do futebol brasileiro. Na Gávea, já é o artilheiro do século ao bater Edílson, que marcou 28 gols em 2001. No novo Maracanã, o Brocador fez 16 gols em 14 jogos. Artilheiro da Copa do Brasil, com sete gols, Hernane tem 13 gols no Brasileiro, três a menos do que Éderson, do Atlético-PR.
O último jogador a marcar mais de 30 gols em um ano no Flamengo foi ninguém menos que Romário. Em 1999, foram 48 gols. Nos quatro anos anteriores, 40, 35, 37 e 44, respectivamente. A estatística joga a favor de Hernane. Em campo, o atacante já não se limita a jogar dentro da área. Procura sair para tabelar e tenta cada vez mais lances individuais de habilidade. Não se intimida. Walter, do Goiás, que provocou o Flamengo dizendo que ia deitar e rolar no Maracanã, teve resposta do Brocador.
— Não deitou nem rolou. Tem de jogar em campo. Mostramos quem é o Flamengo — avisou.