Situação de Tite é muito complicada no Corinthians
A prática muito, mas muito raramente é quebrada no Campeonato Brasileiro: ao fim de cada jogo, os dois técnicos dão entrevista coletiva. Domingo, em Campo Grande (MS), após ver seu time ser destruído pela Portuguesa, o técnico corintiano calou-se.
Tite cogitou deixar o vestiário e enfrentar as câmeras e microfones, mas foi convencido pelos atletas a calar-se.
O atacante Emerson e o lateral direito Alessandro, dois dos mais velhos do time, quiseram sair para tentar explicar a pior fase do Corinthians em muito tempo.
“A responsabilidade é de todos, mas a culpa é de quem entra em campo, a culpa é nossa, dos jogadores”, resumiu Emerson, 35, escassos dois gols no Brasileiro.
A frase resume as intenções dos líderes do elenco corintiano na crise: colocar-se à frente do técnico, protegê-lo, afastar a velha suspeita de que “se quiserem, jogadores derrubam treinador”.
Emerson disse ainda que Tite em nenhum momento falou em demissão. “Tenho certeza que essa possibilidade não passou pela cabeça dele”, disse o atacante. “Não ouvi nem sussurro a respeito.”
O contrato de Tite com o Corinthians vai até dezembro de 2014. Nenhum dirigente fala abertamente sobre a possibilidade de interrompê-lo. Mas cresce a ideia de reavaliar o trabalho do treinador ao fim do ano assim que estiver definido o destino do time tanto na Copa do Brasil quanto no Brasileiro.
Caso decidam pelo fim da “era Tite”, Mano Menezes e Abel Braga são os nomes preferidos para o ano que vem.
Edu Gaspar, gerente de futebol, também bancou a permanência do treinador.
Tite assumiu o Corinthians em outubro de 2010, ganhou cinco títulos, inclusive Libertadores e Mundial em 2012.
Alessandro, provavelmente o jogador mais próximo do treinador no elenco corintiano, também afirmou que “a culpa não é do Tite”.
Contra o Bahia, amanhã, em Mogi Mirim, o técnico não terá sua zaga titular: Gil e Paulo André estão suspensos e serão substituídos por Felipe e Cleber.
