O boicote –que já durava 51 anos– de Cuba ao boxe profissional foi quebrado ontem, com a participação de seus atletas na Série Mundial de Boxe, liga disputada sob regras profissionais: sem camiseta, capacete protetor, com mais assaltos e com pagamento de bolsas.
Uma porcentagem das bolsas dos atletas irá direto para o caixa do governo cubano, como acontece com profissionais “emprestados” a outros países, como o caso dos seus médicos no Brasil.
Desde ontem e até hoje, uma equipe de cubanos, batizada com o sugestivo nome de “Domadores”, enfrenta um time de boxeadores mexicanos, na casa dos rivais.
A competição, organizada pela Aiba (Associação Internacional de Boxe Amador), tem etapas em diversos países e funciona como uma franquia, ao estilo da NBA.
PAÍS DE BOXEADORES
Era uma tradição cubana –até o ditador Fidel Castro proibir o boxe profissional em 1962, após a revolução cubana– produzir boxeadores profissionais de qualidade: Kid Gavilan, José Napoles, Kid Paret, Nino Valdez e Kid Chocolate. Este último, que experimentara todo tipo de luxo na sua carreira nos EUA, morreu paupérrimo em Cuba.
Um passo da Aiba para incentivar a entrada de astros olímpicos no profissionalismo é a nova regra que permitirá a participação de boxeadores profissionais em Olimpíada a partir dos Jogos do Rio em 2016.
Mas só atletas que participarem da liga profissional ou semiprofissional da Aiba contarão o benefício de competir em Olimpíada. Outras entidades do boxe profissional, como o Conselho Mundial de Boxe e a Federação Internacional de Boxe e empresários, como Don King, têm levantado acusações de monopólio.