Ary Vidal morre aos 77 anos, no Rio
   29 de janeiro de 2013   │     0:06  │  0

Ary Vidal orienta Rogério e Oscar durante treino da seleção brasileira, em 1995

 

O técnico Ary Vidal morreu ontem por volta das 13h, aos 77 anos, em sua residência no bairro de Copacabana, zona sul do Rio, informou a CBB (Confederação Brasileira de Basquete).

O enterro será realizado hoje), no Cemitério do Caju, às 11h.

Em outubro do ano passado, o treinador chegou a ser internado no Rio em estado grave com problemas cardíacos e renais.

Vidal nasceu no Rio de Janeiro, em 28 de dezembro de 1935, dia de Santo Inocêncio, muito venerado no Peru, coincidentemente, onde ele também teve êxito com as seleções peruanas masculina e feminina, na década de 70. O reconhecimento do seu trabalho naquele país era motivo para dizer que se sentia brasileiro e peruano.

Jogou basquete de 1948 a 1961, quando iniciou a carreira de técnico, na qual teve como guru Togo Renan Soares, o Kanela. Era formado em educação física. Ministrou cursos, palestras e clínicas no Brasil e no exterior.

Ary Ventura Vidal foi um dos mais destacados técnicos da história do basquete brasileiro. Dirigiu a seleção nacional masculina na campanha da medalha de bronze no Mundial de Manila, em 1978, e na conquista do título dos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis, em 1987. Nesta última, o time do Brasil superou o dos EUA na decisão, uma das vitórias mais festejadas do esporte brasileiro, pois os adversários contavam com jogadores que logo ingressariam na NBA, a liga profissional norte-americana. Além disso, o rival desfrutava da fama de imbatível em casa e o Pan, na época, era uma competição com maior relevância do que na atualidade.

O site da Confederação Brasileira de Basquete registra ter Vidal dirigido a seleção nacional masculina em 16 competições, com destaques para as Olimpíadas (5º em Seul-88 e 6º em Atlanta-96); Torneios Pré-Olímpicos das Américas (campeão no Uruguai-88 e 3º nos EUA-92 e Argentina-95) e Mundiais (3º nas Filipinas-78 e 4º na Espanha-86). Em Pans, além do ouro em Indianápolis-87, foi bronze em San Juan-79 e Mar del Plata-95. Ele dirigiu também a seleção feminina em 11 jogos (8 vitórias e 3 derrotas), tendo chegado ao 8º lugar no Mundial-67 na antiga Tchecoslováquia e ao título de campeão no Sul-Americano de 1965 no Brasil.

Em clubes, seu resultado mais expressivo foi a conquista do título nacional com o Corinthians, de Santa Cruz-RS. Dirigiu ainda Tijuca, Flamengo, Fluminense, Vasco, Remo, Minas, Al Ahli/Arábia Saudita, Angra dos Reis-Verolme, Sírio, Juver/Espanha, Uberlândia e Sport.