Sumô enfrenta crise de vocações no Japão
   15 de janeiro de 2013   │     0:07  │  0

A popularidade desta arte marcial caiu muito nos últimos anos após a revelação de escândalos

 

O sumô, esporte emblemático do Japão, enfrenta uma crise de vocações sem precedentes. Em 2012, apenas 52 lutadores estrearam no circuito, número mais baixo desde 1958.

Desesperado atrás de novos praticantes para manter a tradição, o país lançou campanhas de incentivo.

Em novembro, depois da seleção de novatos pelos clubes da liga profissional de beisebol, um dos esportes mais populares do Japão, os jogadores que ficaram sem time foram abordados por desconhecidos que distribuindo panfletos.

“Por que não realizar seus sonhos usando sua força física? O sumô é um esporte profissional no qual você pode ter êxito sem experiência”, dizia o papel.

Presidente de um clube de sumô, Nobutake Minezaki, disse à AFP que está muito preocupado com a renovação do seu elenco de lutadores.

“Não tenho a menor ideia de quantos novatos vão de juntar à minha equipe. Todos os clubes têm o mesmo problema”, lamentou.

A popularidade desta arte marcial caiu muito nos últimos anos após a revelação de escândalos de manipulação de resultados de combates por redes de apostas ilegais, além de casos de violência que chocaram a opinião pública.

Em maio do ano passado, a Federação Japonesa de Sumô tornou mais flexíveis os critérios físicos da inscrição de lutadores. Baixou para 1,67 metro e 67 quilos, enquanto antes eram exigidos pelo menos 1,73 m e 75 quilos.

Mesmo assim, o número de novatos não para de cair: 260 em 1963, 223 em 1992, 60 em 2011 e 56 em 2012.

“É uma pena ter tão poucos candidatos porque o sumô é realmente o esporte nacional”, lamenta Fumiyasu Sato, de 17 anos, único novato inscrito num torneio organizado em novembro.