Redes sociais viram dor de cabeça para atletas
   4 de junho de 2012   │     0:02  │  0

O zagueiro David Luiz navegava pela internet quando recebeu uma mensagem de um certo Thiago Silva.

“Meu parceiro, me adiciona aí, tamo junto na seleção.”

David se espantou, porque Thiago Silva, o de verdade, estava ao seu lado naquele momento, e não manuseava um computador ou telefone.

A mensagem era de um perfil falso do zagueiro do Milan, mais um dos tantos que se fazem passar pelos atletas da seleção brasileira.

“Nao tenho Twitter, Facebook, nada disso”, disse à Folha o capitão do time nacional. “É muito desagradável saber que tem gente por aí se passando por você, tentando se aproveitar disso.”

O atacante Hulk também já sofreu com impostores, que publicaram mensagens como se fossem dele, algumas comentando especulações sobre seu destino após a janela de transferências.

É tamanho o incômodo que a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pretende publicar em seu site os perfis verdadeiros dos jogadores que eventualmente estiverem convocados.

No ano passado, um perfil falso do lateral esquerdo Marcelo publicou uma mensagem de apoio à Palestina contra Israel. A postagem foi apagada em seguida, mas desatou todo tipo de teoria da conspiração. Na época, Marcelo estava fora da seleção.

Os mais ativos na rede são Neymar, David Luiz e Leandro Damião, que comentam quase todos os treinos e postam fotos com frequência.

A espontaneidade excessiva no Twitter fez Neymar ser condenado a pagar até uma indenização: R$ 15 mil ao árbitro Sandro Meira Ricci, a quem criticou com a frase de arquibancada “juiz ladrão, vai sair de camburão”.

O técnico da Dinamarca, que apanhou do Brasil no último sábado (3 a 1), vetou o uso de Facebook e Twitter. Foi criticado por jogadores e pelo ministro do Esporte do país, Uffe Elbaek, mas manteve a lei do silêncio virtual.

Mano Menezes, ele mesmo um dos primeiros técnicos do Brasil a aderir ao Twitter, adota postura mais liberal.

O treinador permite o uso, mas pede que os jogadores não comentem assuntos internos da seleção. Já havia sido assim na Copa América, em 2011.