- BRASILEIRO JOÃO HAVELANGE É O MAIOR INCENTIVADOR DO FUTEBOL AFRICANO
Mandatário da Fifa durante 24 anos e presidente de honra da entidade após a posse de Joseph Blatter em 1998, o brasileiro João Havelange revelou que vai realizar um sonho ao assistir à abertura da Copa do Mundo de 2010 em continente africano, o que sempre foi um de seus objetivos no comando do futebol mundial.
“O futebol na África não existia, era mal organizado, não tinha nada. Quando ia visitar os países, me enchia de lágrimas nos olhos ver as crianças largadas. Essa decisão da Fifa de dar à África a Copa de 2010 é reconhecimento e e muito respeito. Estarei realizando meu sonho”, afirmou Havelange em entrevista ao Sportv.
Segundo Havelange, todo o planejamento até que a África do Sul pudesse vencer a disputa e sediar o Mundial foi feita já entre 1974 e 1998, período em que comandou a maior entidade do futebol.
“Vejam bem quantos séculos tem a África. Nunca um evento foi levado para aquele continente. Quem levou foi a Fifa e quem planejou foi na minha gestão. O maior legado é a realização da Copa do Mundo de 2010”, completou o dirigente.
Mulheres e árbitros
Com o futebol feminino brasileiro em evidência devido ao quarto título de Marta como a melhor jogadora do mundo, além das boas campanhas da seleção em torneios internacionais, João Havelange lembrou a criação dos torneios internacionais femininos pela Fifa.
“Em 1986, em uma conversa da Fifa no México, uma moça que era da Dinamarca se levantou, disse quem era e fez um apelo ao congresso para a criação de um campeonato mundial para moças. Eu disse que aceitava e dois anos depois começamos as competições”, disse Havelange.
O dirigente afirmou também ser contra a utilização de recursos eletrônicos na arbitragem, seguindo o que a Fifa tem feito nos últimos anos. Mesmo no caso em que o francês Thierry Henry ajeitou a bola com a mão para o gol que garantiu a França na Copa do Mundo na partida contra Irlanda, Havelange absolveu a arbitragem.
“O arbitro é o todo poderoso, é o que ele vê. O que aconteceu é que passou alguém na frente dele e ele não viu. A força do futebol é o erro do árbitro, que é o que você discute. Três coisas não podem sair do futebol: o impedimento, que você discute, o pênalti, que você discute, e a expulsão, que você discute”, afirmou o presidente de honra da Fifa.
