Em alta, Caio Júnior esbarra no idioma e sonha com Europa
   14 de novembro de 2009   │     0:03  │  0

CAIO JÚNIOR VISITA OS BRASILEIROS E SONHA EM TRABALHAR NA EUROPA
CAIO JÚNIOR VISITA OS BRASILEIROS E SONHA EM TRABALHAR NA EUROPA

Quinta-feira, 15h. Falta pouco para começar o primeiro treino da Seleção Brasileira em Doha, no Catar. O esquema de segurança é reforçado no estádio do Al-Gharafa. Mas um sujeito tranquilo, de óculos, não encontra barreiras para entrar no estacionamento particular do local.

A reportagem que o acompanha no veículo que toca o som da banda Kid Abelha, entre outras músicas brasileiras, não precisa de muito esforço para entender. Caio Júnior é uma das novas estrelas do “mundo árabe”, o conjunto de países do Oriente Médio que vem gastando milhões de dólares para investir no futebol.

O técnico brasileiro chegou ao Al-Gharafa há quatro meses. Mas parece já estar em casa no novo clube. Tem uma confortável sala só para ele nas dependências do estádio. Mora em um luxuoso condomínio em uma área nobre da cidade, tem carro importado e o filho estuda em uma escola inglesa.

“É uma vida bastante diferente. Os costumes são outros, mas Doha é moderna, temos condições de ter tudo que qualquer cidade do mundo tem”, elogia o ex-técnico de Flamengo, Palmeiras e Paraná Clube, antes de relatar o único e grande problema.

“A língua, com certeza. No início eu não tive intérprete, era o massagista do clube que me ajudava. Agora já tenho, mas ainda sinto essa dificuldade”, diz Caio, que não entende uma única palavra em árabe.

O técnico deixou o Flamengo no final de 2008 e foi trabalhar no futebol japonês. Sem perspectivas de disputar títulos com o Vissel Kobe, ficou apenas seis meses e desembarcou no meio do ano no Oriente Médio.

“Foi uma decisão muito difícil, talvez a mais difícil de minha carreira. Estava muito satisfeito no Japão, mas o Al-Gharafa é o atual bicampeão, tem jogadores de alto nível como (os brasileiros) Juninho (Pernambucano) e Araújo e sempre briga por títulos”, explica.

O técnico não gosta de fazer planos para o futuro. Mas admite voltar para o Brasil ou, quem sabe, se transferir para o futebol europeu. “Se a oportunidade aparecer eu ficaria muito contente. Mas quero cumprir meu contrato de dois anos e só depois pensar nisso”.

O Al-Gharafa de Caio é o segundo colocado da Q-League, o campeonato local, com 17 pontos, dois a menos do que o Al-Saad. Na última quinta-feira, venceu o Al-Wakra por 2 a 1 pela “Stars Cup”.

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