Washington, ídolo do Fluminense, vive ‘abandono’
   1 de outubro de 2009   │     0:06  │  0

WASHINGTON  LUTA CONTRA UMA TERRÍVEL DOENÇA SEM AJUDA DO FLUMINENSE
WASHINGTON LUTA CONTRA UMA TERRÍVEL DOENÇA SEM AJUDA DO FLUMINENSE

Indiscutivelmente um dos maiores ídolos da história do Fluminense, Washington, que formou o inesquecível Casal 20 com Assis na década de 80, vive um drama em sua vida pessoal. Com uma grave doença neurodegenerativa, ele tem lutado incessantemente pela vida.

Atualmente utilizando uma cadeira de rodas, por conta da dificuldade de movimentos, o eterno craque tricolor revelou que em nenhum momento o clube o procurou oferecendo ajuda no tratamento.

– Infelizmente, não. Eu várias vezes tentei falar com o presidente (Horcades) e pedi para que me retornasse, mas até agora nada. Mas não guardo mágoas, estou lutando, correndo atrás da saúde – afirmou, de um hospital de Curitiba onde estava internado por conta de uma pneumonia, sendo liberado no final da tarde passada.

 A doença que Washington trava uma batalha chama-se Esclerose Lateral Amiotrófica, ou doença de Lou Gehrig, caracterizada pela degeneração das células do sistema nervoso central, que faz com que, progressivamente, a pessoa vá perdendo os movimentos do corpo.

Na opinião de Washington, por tudo que ele fez pelo clube, o Tricolor poderia dar uma assistência maior.

– Tenho o maior orgulho de ter vestido a camisa do Fluminense, ser reconhecido nacionalmente por isso. Trata-se de um passado, isso ninguém apaga, mas fico triste um pouco. Acho que eu deveria ter uma atenção maior – disse o ídolo, que começou a ter os sintomas há dois anos.

Apesar de se sentir “abandonado”, Washington garante que não tem mágoa alguma do Fluminense, clube onde é ídolo.

– De maneira alguma. Sinto muito orgulho de ter vestido a camisa do Fluminense e principalmente pelo carinho que a torcida tem comigo.

Procurado pela reportagem, o presidente do Fluminense, Roberto Horcades, não foi encontrado.

ENTENDA A DOENÇA DE WASHINGTON:

Que doença é essa?

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), ou Doença de Lou Gehrig, degenera os neurônios motores, que controlam os movimentos voluntários do músculo.

Quais são os sintomas?

Dificuldade de locomoção, alimentação e na fala. Com o passar do tempo, há uma evolução de tais sintomas. A doença, porém, não afeta as capacidades intelectuais.

Como é o tratamento?

Com o decorrer do tempo, há a necessidade de utilização de um balão de oxigênio pelo fato da doença prejudicar o sistema respiratório. Ainda não há um medicamento eficaz. O mais utilizado é o riluzol, que retarda a evolução dos sintomas. Porém, ele é caro para os padrões brasileiros. Uma caixa com 56 compridos custa algo em torno de R$ 1.600.

Há cura?

Ainda não foi descoberta a cura para a doença.

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