Suspenso pela CBF, Roman processa narrador esportivo por danos morais
   29 de setembro de 2009   │     0:01  │  0

EVANDRO ROMAN COBRA IDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
EVANDRO ROMAN COBRA NA JUSTIÇA POR DANOS MORAIS

Suspenso pela CBF por 30 dias logo depois dos lances polêmicos da partida entre Cruzeiro e Palmeiras, realizada na última quarta-feira, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro, o árbitro Evandro Rogério Roman está envolvido em um processo na Justiça comum. O jornalista esportivo Rinaldo Rocha está sendo acusado por Roman por danos morais durante a narração de um jogo do Campeonato Paranaense de 2008 em uma emissora de TV online. O vídeo acabou sendo divulgado na internet. A indenização pedida é de R$ 325 mil.

A partida entre Londrina e Engenheiro Beltrão aconteceu no dia 20 de janeiro do ano passado, em Londrina, mas a intimação só chegou nesta semana às mãos do réu. A ofensa aconteceu logo após o árbitro paralisar o jogo e interromper um contra-ataque dos visitantes. Rinaldo disse, durante a narração, que o juiz foi “safado” no lance em questão.

“Para mim ele influenciou no jogo. Um jogador do Londrina dividiu, ficou caído, ele passou do lado e não apitou. O jogo seguiu. Quase um minuto e pouco depois do Londrina ficar no ataque, a zaga roubou a bola. Quando começou o contra-ataque ele parou a jogada para atender o atleta caído. Falei que ele foi safado no lance e deixei uma pergunta no ar. Ele é professor. Será que, como professor, ensina safadeza?”, disse Rinaldo.

O resultado desfavorável para o Engenheiro Beltrão fez com que Luiz Linhares, presidente do clube, entrasse na época com uma representação na Federação Paranaense de Futebol. Sem ser punido na esfera estadual, o árbitro acabou suspenso pelo presidente da comissão de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, em duas partidas da Copa do Brasil do mesmo ano. Para o dirigente, a pena foi branda tanto no caso paranaense quanto no jogo do Cruzeiro pelo Brasileirão.

“A comissão de arbitragem do Paraná não fez absolutamente nada. A gente tentou avisar na época, e agora deu no que deu. Ele (Roman) aprontou com o Cruzeiro. A arbitragem no Brasil precisa começar a receber punições severas. Ele não apita mais jogo nosso. Se apitar, não entramos em campo. Ninguém no interior do Paraná gosta dele. Todo mundo vê que ele quer nos prejudicar, temos uma rixa antiga”, revelou Luiz Linhares.

Afonso Victor de Oliveira, presidente da comissão de arbitragem do Paraná, se defendeu das acusações de omissão. O presidente disse que esteve presente no polêmico confronto do Estadual e que o vídeo divulgado por Rinaldo na internet não corresponde ao que aconteceu de fato.

“Houve erros normais de qualquer árbitro. A Federação entendeu que o que ele cometeu não era passível de punição. Se tivesse sido ontem e tivesse cometido as mesmas falhas, não seria punido. Quando a história chegou ao conhecimento do Sérgio Correa, ele falou que se tivesse feito a metade do que tinha no vídeo no Brasileirão ele seria punido. Mas, quando ele fez essa colocação, não sabia que o CD tinha sido editado. As pessoas só colocam o que interessa”, afirmou Afonso Victor.

Tanto o narrador esportivo quanto o presidente do Engenheiro Beltrão ficaram surpresos com a insinuação de uma montagem. “O vídeo tem partes inteiras. Ele pode pedir perícia, se quiser. Houve uma edição dos erros, não uma montagem”, disse Luiz Linhares.

“Eu tenho o jogo inteiro gravado. Os assistentes também erraram junto com ele. Editei os lances em que ele prejudicou o time e coloquei no meu site. Esse vídeo parou em tudo quanto é lugar. Botei no ar na época, mas só agora chegou pra mim a intimação. Ele foi tão infeliz que fez isso justamente no momento dessa confusão na partida entre Cruzeiro e Palmeiras. Demorou tanto pra me processar e agora vai ficar trinta dias na geladeira”, disse o narrador Rinaldo.

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