Argentina para o futebol até clubes pagarem dívidas
   31 de julho de 2009   │     0:05  │  0

4554455467afa.jpgA AFA (Associação de Futebol Argentino) decidiu suspender o reinício do futebol no país até que os clubes paguem suas dívidas com os seus jogadores.

A medida vale para as principais divisões do futebol no país e até para os torneios do interior. O valor total da dívida com os atletas seria de aproximadamente US$ 10 milhões (R$ 18,8 milhões). Seis clubes da primeira divisão do país, em especial, estão em situação difícil.

A AFA entende que a crise financeira por que passam os clubes argentinos só poderá ser solucionada com os valores obtidos com direitos de TV e com a oficialização de um novo sistema de apostas esportivas –a exemplo do que já acontece no Brasil, as apostas gerariam recursos para os clubes.

Em comunicado, a entidade dirigida por Julio Grondona informou que “foram postergados todos os torneios da AFA”.

O dirigente argentino, que cancelou a viagem que iria fazer a Moscou para acompanhar a partida da seleção do país no dia 12, espera ter uma reunião com representante do governo.

Os clubes querem renegociar contrato com o governo que trata das apostas esportivas, que poucos recursos têm gerado aos times. Dentre os clubes com mais problemas, figuram grandes como Independiente, San Lorenzo e River Plate.

Os times também acreditam que estão recebendo pouco dinheiro pelas transmissões de suas partidas em relação ao que faturam de canais internacionais. “Isso é um papelão mundial. A AFA tem a responsabilidade de supervisionar os balanços dos clubes e, caso não cumpram, de puni-los”, falou Daniel Vila, presidente do Independiente Rivadavia de Mendoza, time da segunda divisão.

O Apertura, torneio da elite na Argentina, deveria começar originalmente no dia 14 de agosto. O sindicato de jogadores do país informará a AFA sobre a situação das dívidas com os atletas no dia 11. “Não dá dívidas grandes ou pequenas”, afirmou Grondona, indicando que todas devem ser pagas.

Na semana passada, Sergio Marchi, secretário-geral do sindicato de jogadores, mostrou pessimismo em relação ao pagamento rápido das dívidas.

“A maioria dos clubes devedores não pode fazer frente às suas obrigações e é muito difícil que isso se resolva em menos de um mês. Muitos clubes estão esperando a venda de algum jogador para cumprir com as suas obrigações”‘, afirmou ele.

“Isso será solucionado, mas estou preocupado com o futuro. Não quero deixar dívidas. Quero os clubes com saúde financeira”, falou Grondona.