Eliminado, Muricy não aceita “fumacinha”: “Sou tri brasileiro, meu filho”
   23 de abril de 2009   │     0:56  │  0

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Acuado, Muricy Ramalho diz que é tricampeão

Desde o fim do ano passado, a diretoria são-paulina tem deixado clara a prioridade à Libertadores, mesmo que isso significasse um desmerecimento ao Paulista. Apesar disso, Muricy Ramalho chegou a poupar seus titulares no torneio continental na tentativa de eliminar o Corinthians no Estadual. O técnico, porém, não aceita pressão de ninguém após a eliminação nas semifinais do regional com duas derrotas em clássico.

.”Sou tricampeão brasileiro, meu filho. Você não está falando com qualquer um não”, apontou o treinador na tarde de ontem, no momento em que teve de comentar o ambiente no Morumbi. “Sempre vem a mesma fumaça, que na verdade é uma fumacinha que não tem força nenhuma. E a torcida não nos aplaudiu e nos deu força de graça”, continuou, lembrando da reação da torcida depois do tropeço no domingo.

Publicamente, o técnico não tem bom relacionamento com alguns diretores. Por isso, faz questão de sempre agradecer ao presidente Juvenal Juvêncio por sua sequência no clube – o treinador, que chegou em janeiro de 2006, renovou seu contrato no início desta temporada até dezembro de 2010.

“Às vezes o resultado não vem, mas é preciso ver se o trabalho é bem feito. Quem troca tudo por qualquer fumacinha não é dirigente, é uma pessoa que não sabe dirigir o futebol. Como nós temos o Juvenal, saímos em vantagem”, enalteceu. “Reconhecem o trabalho pelo que faço e pelo que fiz. Não é por um resultado negativo que não sirvo para nada. Há três anos é a mesma coisa aqui.”

O apoio irrestrito do mandatário, porém, não elimina os questionamentos ao aproveitamento do comandante em torneios com playoffs. Nesta segunda passagem pelo Morumbi, Muricy caiu em três semifinais do Paulista e não ficou com a taça em três Libertadores. Mas apela para sua carreira e títulos estaduais no Rio Grande do Sul, em Pernambuco e em São Paulo, pelo São Caetano, para se defender.

“No meu currículo, ganhei vários títulos, e ganhei muito mais mata-mata do que pontos corridos. Você tem que saber na vida se o que você faz é correto ou não. No domingo, apertamos o time deles, mas não deu certo, são coisas do futebol”, relembrou, sem nunca esquecer da retomada que lhe valeu o tricampeonato brasileiro em 2008.

“No ano passado, chegou um momento em que meu ciclo estava encerrado, só tínhamos 1% de chance de ganhar e fomos tricampeões brasileiros. Quando se faz bem as coisas, se tem mais chances de se recuperar. Tenho que acreditar no meu trabalho”, ensinou. “Só acredito em trabalho e Deus. O resto é conversa, são aproveitadores de situação”, encerrou.

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