Poucas vezes em sua história a seleção brasileira esteve com o prestígio tão em baixa no país. Depois de não sensibilizar os cariocas nos jogos contra Bolívia e Colômbia, pelas eliminatórias, ambos disputados em estádios com público reduzido, agora é a vez de a população de Brasília virar as costas para a equipe de Dunga. Dos 12.500 ingressos postos à venda para o amistoso de quarta-feira, contra Portugal, com as presenças de Kaká e Cristiano Ronaldo, até segunda-feira menos de 60% haviam sido vendidos
A combinação de preços elevados – R$ 180 e R$ 250 – com a péssima imagem que a seleção tem no momento junto ao torcedor estão sendo determinantes para o fracasso nas vendas. Tanto que dos pouco mais de 6 mil bilhetes vendidos, 80% foram adquiridos por estudantes, que pagam meia entrada – R$ 90 e R$ 125. Na segunda-feira, antevéspera da partida, era constrangedor o cenário nos dois principais postos de venda: o Estádio Bezerrão, local da partida, e o Ginásio Nílson Nélson. Durante todo o dia não se formou uma única fila. Os billheteiros passavam longos momentos sem ter o que fazer.
O jogo será realizado no Estádio Bezerrão, reformado, com capacidade para 20 mil pessoas. O Governo do Distrito Federal distribuiu 5 mil ingressos entre políticos e autoridades e sorteou dois mil para população de baixa renda das cidades-satélites de Gama e Santa Cruz (500 foram dados aos operários da obra). O fato de a seleção não ter conseguido atrair gente suficiente para adquirir os 12,5 mil bilhetes restantes mostra que alguma coisa precisa ser feita para que o torcedor volte a se entusiasmar com a equipe.
