No Brasil, crise pode afetar salário de jogadores
   1 de novembro de 2008   │     9:42  │  0

Salários

Jogadores brasileiros poderão sentir no bolso efeitos da crise internacional

Por ora, os clubes brasileiros ainda não foram diretamente afetados pela crise financeira. Porém, o dinheiro das transferências de jogadores – um dos itens da receita do orçamento anual – está ameaçado. E, como se sabe, não há time no Brasil que sobreviva sem negociar, pelo menos, um atleta por temporada.

Outra preocupação – esta mais imediata – diz respeito aos empréstimos bancários. Se, por um lado, os clubes acabaram de renovar por mais três anos o contrato com a TV Globo – principal fonte pagadora – com aumento superior a 30%, os bancos anunciaram o fim do empréstimo.

“Isso pode atrasar o pagamento de salário. Antes, o clube antecipava o pagamento com o dinheiro prometido da verba da televisão. Isso agora vai mudar”, alerta o empresário Eduardo Uran.

Uma das medidas de prevenção será o fim dos altos salários. A previsão é de Júlio Casares, vice-presidente de marketing do São Paulo.

“Há um cenário sombrio. O clube que tiver uma vida política conturbada, uma gestão sem compromisso com a do seu sucessor e não tiver organização vai sofrer. Vai acabar essa história de salários de R$ 200 mil sendo pagos a um jogador. Cai a receita, caem os salários”, analisa Casares.

Para o vice-presidente de futebol do Flamengo, Kleber Leite, os clubes brasileiros sem despesas em euro ou na moeda americana devem aguardar pelo menos mais uma temporada até poder mensurar o tamanho da crise.

“Se houver algum problema não será a curto prazo. Os clubes não pagam os salários dos jogadores em dólar ou euro. Isto já nos dá uma segurança. No Flamengo, temos uns compromissos pontuais, como duas prestações da compra do Bruno (US$ 225 mil) e cinco cotas de US$ 500 mil referentes à compra de Fierro a partir de outubro de 2009. Por enquanto, não há com o que se preocupar”, diz Kleber.

A Traffic, gigante do marketing esportivo que administra a carreira de atletas e que este ano firmou parceria de co-gestão com o Palmeiras, estuda o caso cuidadosamente. Para não correr o risco de perder dinheiro em 2009, os executivos da empresa estão revendo o rumo do investimento.

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