Crise desacelera futebol brasileiro e ameaça preparação para Copa de 2014
   13 de outubro de 2008   │     16:40  │  0

Queda das bolsas, congelamento do crédito, redução de taxas de juros, recessão. Com a crise global da economia, o futebol brasileiro já começa a estudar esses termos, se preparando para quando o esporte for atingido. Especialistas alertam que o mercado boleiro já sente efeitos da desaceleração global e prevêem reflexos maiores nos gramados.

O Botafogo atrasou salários. O Atlético-MG teve crédito negado mesmo dando como garantia o dinheiro da televisão. Corinthians e Palmeiras, com Herrera e Kleber, acham difícil contratar os atacantes com valores fixados em dólar.

Alguns culpam a globalização, outros os investidores. Mas ninguém nega que a bolha em que o futebol brasileiro se encontra, a mesma que está estourando no esporte europeu, está prestes a explodir também por aqui.

Perigo, inclusive, para a preparação do Brasil para a Copa do Mundo. Com estádios a construir e obras bilionárias de infra-estrutura em pauta, um mercado em recessão e com crédito parado só pode ser mau sinal. Se na Europa o Liverpool cancelou as obras de seu novo estádio e o Barcelona deu um tempo nos planos do novo Camp Nou, como o Brasil terá dinheiro para os dez ou 12 estádios para 2014?

A crise pode diminuir, também, os valores de patrocínio. A maioria dos clubes brasileiros já negocia novos contratos para a temporada 2009 – justamente no momento em que as grandes empresas, nacionais e internacionais, decidem como lidar com a crise econômica.

“Ainda não dá para avaliar muito bem o tamanho dessa crise. Haverá reflexo nos patrocinadores e nas renovações de contrato, pois estamos lidando com uma crise econômica mundial. Haverá menos giro e menos crédito, já que as operações de crédito estão paradas não só no Brasil. Todos os clubes devem se preocupar”, avisa Raul Corrêa da Silva, vice-presidente financeiro do Corinthians.